segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Como reconhecer e praticar o verdadeiro amor?

“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gálatas 5:22).

É muito comum no mundo contemporâneo, a vida avaliada através de números. Isto é, salários, bônus, metas, resultados, fatias de mercado, são variáveis que muitas vezes fazemos transparecer para que as pessoas possam avaliar se vivemos bem ou não.

Não obstante, o desejo desmedido por bens materiais, dinheiro, status, fama, glória, resulta na maioria das vezes em uma ambição irreprimível. A cobiça irrefreável pelas coisas materiais, por tanto, desmoraliza o próprio ser à medida que busca-se de forma desordenada a aquisição de riquezas e/ou honrarias; Isto, tendo em vista sobre a definição da moral, como sendo uma decisão racional das nossas escolhas.

A bíblia nos exorta quanto a isso “Então lhes disse: "Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens” (Lucas 12:15) “Verdadeiramente a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno corrompe o coração” (Eclesiastes 7:7) “e, por se multiplicar a iniqüidade, o AMOR de muitos esfriará” (Mateus 24:12).

Outrossim, na sociedade capitalista, em que os sistemas de produção são substituíveis, ou seja, a escassez de um produto leva a substituição pelo outro, somos influenciados constantemente a desejarmos algo que sempre falta, assim como transbordar de alegria pelo que não falta. Deste modo, a felicidade se resume apenas no desejo e na abundância; em que se esquece o verdadeiro propósito que transforma e melhor define o caráter humano, o Amor.

Mas o que podemos entender sobre a palavra AMOR? No sentido etimológico, originalmente do latim, significa “gostar de algo ou alguém”, sentir afeição, desejo ou preocupação (Dicionário Aurélio). Na filosofia grega, o amor, para Platão, resume-se ao desejo pelo que falta (Eros); para Aristóteles, a definição própria sobre o amor, resulta na alegria pelo que não falta (Philia); Contudo, Para Cristo, a definição mais simples e precisa sobre o amor é “amar ao próximo como a si mesmo” (Marcos 12:31).

Isto é, um amor ágape – amor incondicional – que supera todas as definições humanas existenciais e que vai além do imaginário humano. “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1 Coríntios 13:4,7)” – Carta de Paulo aos Coríntios.

Nesse sentido, se classificarmos o amor, apenas ao desejo pelo que ainda falta em nossas vidas, ao termos o nosso desejo por algo ou alguém sanados, então o fruto do nosso amor desaparecerá. Como também se definirmos o amor como a alegria pelo que não falta, então nunca seremos verdadeiramente felizes, e conseqüentemente, nunca existirá amor, pois sempre se buscará algo que possa sanar as nossas necessidades individuais.

Buscai, pois, em primeiro lugar, o Reino de Deus, e a sua justiça e todas as demais coisas vos serão acrescentadas (Mateus 6:33). Como está escrito em Mateus, ao buscarmos primariamente o entendimento das escrituras sagradas, e desejarmos exclusivamente o reino de Deus, então todas as demais coisas nos serão acrescentadas.

Assim sendo, Deus é a fonte de todo o amor verdadeiro. Ele “tanto amou o mundo que deu o seu Filho” em sacrifício (1João 4:8; João 3:16). Por tanto, “Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele” (1 João 4:16). “Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito” (1 João 4:12).

Então, que em nosso cotidiano, possamos amar verdadeiramente, não por ganância ou interesses próprios, mas, simplesmente, por amor ao próximo; refletindo valores morais e éticos para uma convivência harmoniosa e, sobretudo, enxergando o nosso próximo como a nós mesmos, através das virtudes do fruto do Espírito Santo. Assim, teremos a plenitude do amor em nossas vidas.

Ame a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo (Marcos 12:30-31).

“Porque onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração” (Mateus 6:21).


Em amor,

Williams Martinho

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