“Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo”. Filipenses 2:15
Este é um assunto de grande relevância nos dias atuais e que nos confronta sobremaneira diariamente. À luz das Sagradas Escrituras vivemos em um tempo de frieza espiritual em que o mundo clama por mais amor e compreensão. Não é mais um alerta, mas uma medida emergente que a igreja brasileira precisa repensar e quando necessário tomar mudanças de postura no que se refere ao comportamento cristão, seus impactos e resultados na sociedade. A bem da verdade é que tem sido um grande desafio liderar, viver conforme a palavra de Deus e ser irrepreensível diante de uma sociedade acusadora, sem escrúpulos nem pudor. Haja vista que somos monitorados pelas pessoas constantemente pelo que dizemos ou fazemos.
Muitas delas estão com os olhos fixos em nós esperando que cometamos um deslize qualquer para nos apontar e nos fazer alvo de zombaria. Marchamos na contra mão do mundo e isso incomoda aqueles que nos rotulam de fundamentalistas, conservadores, preconceituosos e tantos outros adjetivos pejorativos e palavras de baixo calão (palavrões, ofensas, pobreza de linguagem).
Diante de tudo o que acontece, como o cristão pode provar o contrário, fazer a diferença diante da sociedade e nas relações com os grupos sociais (família, amigos, igreja, universidades) os quais está inserido? A princípio devemos entender o que significa ser irrepreensível e sincero de acordo com a interpretação do texto-base. O comentário bíblico Moody destaca que devemos ser irrepreensível diante dos outros. O termo se refere a alguém sem culpa, sem falta, inocente. Em outras palavras, devemos viver uma vida pautada em conformidade com os parâmetros divinos a fim de que não sejamos julgados por palavras e atitudes reprováveis e levianas. Ainda segundo o autor, ser sincero é ser autêntico, exibindo simplicidade de caráter. Uma geração pervertida e corrupta é o resultado da distorção moral (o pecado) e intelectual. Para que o cristão resplandeça (brilhe intensamente) como “astros no mundo” é preciso andar na luz de Jesus. Ser revestido de Seu poder e autoridade para influenciar o mundo e não ser influenciado por este. Obedecer e praticar os ensinamentos bíblicos tal qual exorta Tiago no capítulo 1, versículo 22: “Sede praticantes da Palavra e não simplesmente ouvintes, iludindo a vós mesmos.”
A cerca do comportamento entre família, o cristão precisa ser cauteloso nas palavras, aconselhando, ensinando e tendo o máximo de cuidado para não ferir ou magoar ao se posicionar diante de um assunto polêmico ou situação delicada, por exemplo. Deve ter a consciência de que é o principal responsável por cuidar e evangelizar seus entes queridos: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel".1 Timóteo 5:8. Ser respeitoso em tudo nas reuniões com os seus parentes próximos, demonstrar amor através de gestos e atitudes, solidariedade e interesse em ajudar nos problemas. Em um círculo de amigos e na igreja a qual congregamos ou visitamos, a regra é a mesma, o respeito, o amor, a compaixão, etc. Os verdadeiros amigos são aqueles que respeitam e toleram a nossa crença embora haja divergências a parte. Independentemente da sua condição moral e espiritual diante de Deus, temos o dever de anunciá-los as boas novas do Evangelho.
Eis alguns conselhos práticos e necessários: a fim de dar testemunho, devemos nos abster sempre das práticas e obras mundanas, atitudes ou comportamentos que entristeçam o Espírito Santo de Deus e que possa nos distanciar ou fazer perder a comunhão com Ele. Não compactuar com atitudes maldosas, desonestas ou discriminatórias. Em tudo é necessário equilíbrio emocional, discernimento e sabedoria do alto. Se nos falta, peçamos a Deus com perseverança: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada".Tiago 1:5.
Na igreja o comportamento com os nossos irmãos em Cristo deve manter o mesmo padrão. O sorriso no rosto, um abraço, um aperto de mão. O ato respeitoso e hospitaleiro é sempre bem-vindo. Saudar com a “paz do Senhor” não deve ser um mero cumprimento mecânico e domesticado, mas uma saudação sincera capaz de refletir no outro o sentimento verdadeiro que compartilhamos da mesma paz que de Cristo recebemos. Nas escolas e nas universidades, ainda que o ambiente possa parecer tenso ou conflituoso para a propagação do Evangelho, o comportamento recomendável pela Bíblia deve permanecer. Sabe-se que é um espaço adequado para fins educacionais e ensino para a formação acadêmica e cidadã. No entanto, é um ambiente propício para o evangelismo pessoal, uma vez que os estudantes têm a oportunidade de conversar entre amigos, fazer novas amizades, trocar ideias e compartilhar experiências.
Crie estratégias de aproximação, visite uma pessoa ocasionalmente, convide para os cultos e para a escola bíblica dominical, reuniões de família, etc. Seja cordial e generoso sempre tentando transmitir o amor de Deus através de gestos e palavras. Eis o conselho do apóstolo Paulo, viável e que pode ser aplicado em todas essas situações: "A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um." Colossenses 4.6. Para que possamos cumprir com o nosso papel de cristão devemos conhecer cada ambiente para saber como se comportar devidamente. O mais importante é como nos apresentamos e como estamos sendo vistos pela sociedade. “Portanto, somos embaixadores (autoridade espiritual) de Cristo...” 2 Coríntios 5:20. O versículo traz a ideia de “ ser enviado como embaixador “ , “ ir como representante “. Somos representantes de Cristo na terra, uma elevada posição de muita responsabilidade e compromisso que nos obriga a cumprir a missão de anunciar a mensagem de Deus aos cativos e perdidos.
Falando de comportamento cristão, à primeira vista podemos considerar Paulo um homem soberbo quando diz: “Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam”. Filipenses 3:17. Não somos seres perfeitos ou superpoderosos porque somos cristãos. O apóstolo dos gentios foi um exemplo de comportamento cristão e teve um ministério bem sucedido e aprovado por Deus. Entretanto foi humano, e humanos têm fraquezas, limitações e cometem erros naturalmente. Mesmo assim se tornou referência, padrão de conduta para a igreja primitiva e assim deve ser para a igreja contemporânea. Sejamos irrepreensíveis, sinceros, inculpáveis diante de Deus e dos homens e oremos para que o brilho que há em nós resplandeça nesse mundo tenebroso para a honra e glória do Deus dos deuses, Senhor dos senhores e Rei dos reis!
Ígor Queiroz
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