sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Os males e as tribulações da vida


“E não somente isto, mas também nos gloriemos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Romanos 5:3-4).

Em nossos dias, somos frequentemente confrontados por adversidades que muitas vezes afetam o nosso relacionamento interpessoal, em nosso trabalho, na nossa vida familiar, ou mesmo, entre os amigos. Momentos desfavoráveis que provam a nossa fé e nos ocasionam sentimentos indesejados – tristeza, desânimo, pesar, solidão – e por vezes, não respondemos de forma positiva a estas sensações.

No entanto, a alegria por conquistas materiais tem-se evidenciado como verdadeira sensação de bem-estar. Quando estamos vivendo em momentos de gozo e abundância, o relacionamento com Deus parece estar em dia. O Cristão sente-se mais estimulado na fé, mais animado, bem como propenso a realizar boas obras. De outro modo, quando percebemos que os problemas e os reveses começam a interferir em nossa jornada, ”paramos“; paramos de adorar, paramos de buscar a face do Senhor e ao mesmo tempo, de agradecermos pela graça e misericórdia de Deus, em nossas preciosas vidas. A alegria dá lugar a tristeza, a fé às dúvidas e lamentações e a disposição de servir a Deus, se apaga.

A Bíblia nos deixa claro que “Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento (Eclesiastes 9:2). Mas também nos exorta, através da Epístola do apóstolo Paulo aos Filipenses “Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade". (Filipenses 4:12 ).
Por tanto, “tudo sucede igualmente a todos”;  as tribulações sucedem tanto aos Cristãos, como aos que não professam a sua fé em Cristo. Outrossim, como evidenciado na Epístola aos Filipenses, é possível nos regozijarmos diante dos diversos acontecimentos em nossas vidas, sejam eles bons ou maus. As tribulações, além de fazer-nos mais fortes, solidificam a nossa fé, através da PERSEVERANÇA “e a Perseverança, Experiência” (Rm 5: 4a).

Todavia, “aquele que se isola, insurge-se contra a verdadeira sabedoria” (Provérbios 18:1). Para que possamos enfrentar as adversidades diárias é necessário que tenhamos perseverança, e buscarmos constantemente a sabedoria em Deus. Saberemos, então, como se portar diante das dificuldades, e nos mantermos firmes e equilibrados. Cristo, por tanto, nos garante “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16:33). 

Do mesmo modo, também nos afirma “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar” (João 14:1-2). Deus não faz acepção de pessoas, não escolhendo, neste caso, quem será agraciado com o seu infinito amor, porque “as suas misericórdias não tem fim” (Lamentações 3:22).

A promessa que temos é que “no dia da adversidade, ele me ocultará no seu pavilhão, no recôndito do seu tabernáculo me acolherá e elevar-me-á sobre uma rocha” (Salmo 27:5). É certo, que mesmo no recôndito, no lugar mais profundo ou desconhecido, Deus estará conosco e nos acolherá com os Seus braços, enxugando cada uma de nossas lágrimas e nos fortalecendo a cada momento difícil em nossas vidas.

Contudo, é necessário que diante de qualquer tribulação, recorramos àquele que é galardoador dos que o buscam. As crises e as tribulações desenvolvem e REVELAM a nossa Fé; revelam aquilo que está dentro de nós, isto é, a maneira em que crescemos cada dia mais é através de provas, como nós reagimos e como nós obedecemos aos princípios da Palavra.

Nesse sentido, que as tribulações não sejam um mal que interfira em nossa comunhão com Deus, mas que seja posta apenas como um desafio superável, para que em cada manhã um novo sol possa brilhar em nossas vidas, pois “em todas as coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Romanos 8:37).

“Porquanto, da mesma maneira como os sofrimentos de Cristo transbordam sobre nós, igualmente por meio de Cristo transborda nossa consolação” (II Corintios 1:5).


No amor de Cristo,

Williams Martinho

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

MARAVILHOSA GRAÇA

 “Contudo pela tua grande misericórdia não os destruíste de todo, nem os abandonaste, porque és um Deus clemente e misericordioso.” (Neemias 9:31)


                        O título desse texto provém de um famoso hino composto por John Newton (1725- 1807). Esse homem de Deus era marinheiro e em uma de suas viagens o navio do qual era tripulante deparou-se com uma grande tempestade que quase deu cabo de sua vida. Nessa ocasião, ele compreendeu que apenas a graça de Deus é capaz de manter o homem vivo e, ao término dessa viagem, Cristo o chamou irresistivelmente para fazer parte de sua família. Neste momento, John tornou-se um dos maiores compositores de sua geração e proeminente pregador da Santa Palavra de Deus.
                        Através da vida desse homem, entendemos que o derramar da graça de Deus sobre a vida de um pecador consiste em torná-lo vivificado em Cristo. Efésios 2:8-9: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.” Ao entendermos isso, compreendemos que assim como o referido John encontrou o seu repouso após grande tempestade, o pecador encontra o sublime e gracioso descanso em Deus, que em sua infinita misericórdia nos livra da condenação eterna.
                        John Bunyan, em seu célebre livro (Graça abundante ao principal dos pecadores) diz: “Busquei o Senhor, orando e chorando e do fundo da alma clamei: ‘Ó Senhor, mostra-me, eu te rogo, que me amas com amor eterno!’ Logo que clamei, voltaram para mim as palavras, como um eco: ‘Eu te amo com amor eter­no!’ Deitei-me para dormir em paz e, ao acordar, no dia se­guinte, a mesma paz permanecia na minha alma. O Se­nhor me assegurou: ‘Amei-te enquanto vivias no pecado, amei-te antes, amo-te depois e amar-te-ei por todo o sem­pre.”
                        Vivenciar essa maravilhosa graça é saber que Deus em seu sublime plano redentivo nos chamou, mesmo nós não o conhecendo, não o amando, sempre o rejeitando e muitas vezes o ferindo, para sermos participantes de sua linda família; e isso é o que deve nos manter em pé. Ser participante da graça de Deus é vislumbrar da eternidade e mesmo diante de toda e qualquer situação ter a plena e inequívoca convicção do abundante e transbordante amor de Deus.
                        Isaias 57:18: “Tenho visto os seus caminhos, mas eu o sararei; também o guiarei, e tornarei a dar-lhe consolação, a ele e aos que o pranteiam.” Só mediante a Divina Graça de Deus o pecador cai em si e observa a miserável situação que lhe rodeia; só pela graça o pecador levanta as suas mãos em rendição ao Senhor Jesus; só pela graça a alma atormentada e perdida torna-se uma alma quebrantada e contrita.
                        A maravilhosa graça de Deus, por fim, consiste em dar o se filho Unigênito para termos reconciliação com o Pai. O amor de Deus por toda a humanidade tornou-se evidenciado em Cristo, pois é só por meio dele que conhecemos a infinita misericórdia de Deus. Cristo é a maior expressão de amor e graça, sendo a graça de Deus manifestada pelo seu Filho mediante o Calvário, onde o próprio Deus na figura de Filho, assumiu sobre si as nossas dores e chagas, dando-nos agora o livre acesso ao Pai.
                        Louve a Deus por sua abundante e maravilhosa graça! Louve a Deus por essa graça que te alcança diariamente! Louve a Deus por Cristo, que veio aplacar a ira do Pai! Para isso, nunca esqueça que: “Contudo pela tua grande misericórdia não os destruíste de todo, nem os abandonaste, porque és um Deus clemente e misericordioso.” (Neemias 9:31)

SOLA GRATIA

Em amor,


Gustavo Guedes

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Inconstância Espiritual


Inconstância espiritual 

“Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento.” (Tiago 1:6) 

Convivemos diariamente com pessoas que estão em dúvida, ou levando ao dito popular, estão “em cima do muro”. Em alguns casos nós é quem estamos nessa situação em relação à nossa fé no evangelho de Jesus Cristo. 

Contudo,vamos entender primeiramente o que é “inconstância”. Significa “falta de constância ou facilidade em mudar de opinião.” 

O versículo de Tiago 1:6 nos mostra claramente como alguém duvidoso pode ser levado facilmente, ou como diz o texto, agitado. Temos uma certa inclinação para duvidar, somos constantemente inconstantes. 

Precisamos estar estabelecidos em relação ao que confiamos, caso alguém que possui autoridade moral ou não, ou está em uma classe mais elevada do que nós na sociedade, ou está ostentando qualquer riqueza, vier tentar nos corromper e levar-nos a outro caminho, estaremos firmas na nossa base, Jesus! 

A inconstância espiritual é a falta de um relacionamento real e amoroso com Deus e, leva em conta a vulnerabilidade e facilidade com que temos de mudar de opinião, e nos desviar do foco central, Jesus Cristo. Em todos os momentos estamos recebendo informações, e quando não conhecemos certos pontos, tendemos a aceitar essas informações como favoráveis para o nosso crescimento individual. Entretanto, existem informações que nos fazem duvidar, e até mesmo enfraquecer em relação ao que acreditamos. Ouvi essa frase uma vez e repito: “abra sua mente para algo e quando ela se fechar, que se feche com algo sólido.” Por isso eu digo, deixe sua mente aberta para Cristo, principalmente seu coração, depois, solidifique-se nisso! 

Quando damos lugar à dúvida, ao medo, ao individualismo e, a falta de fé, proporcionalmente vai vir a inconstância. Não podemos deixar que disseminações de contendas, falatórios, nosso egocentrismo, façam de nós pessoas fracas na fé. Temos que atentar para o que Paulo diz em 1 Coríntios 15.58 “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, o vosso trabalho não é vão.” 
 
Às vezes a atenção e a graça das pessoas para nós é mais importante do que agradar a Cristo, que é nosso Senhor e que nos deu vida. É necessário estar de acordo com a Palavra de Deus, o seguindo corretamente, do contrário estaremos contra à vontade do Senhor e sendo fracos e inconstantes. “Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho.”(1Jo 9). 

Quando escolhemos seguir Jesus, temos nossos olhos abertos e atentos para as coisas más e boas. Porém, cabe a nós permanecer nessa jornada sem dúvida, sem rancores, e sem nada que vá levar à inconstância espiritual. Que possamos permanecer sempre com fé e constância! 

Permaneçam firmes e inabaláveis em sua fé no amor de Cristo! 

“Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.”(João 15.10) 

No amor de Cristo, 

Letícia Oliveira Souza

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Por que preciso ser salvo?


Por que preciso ser salvo?

A resposta para a pergunta acima implica em respondermos inicialmente a outra: salvo de quê? E a resposta é simples, porém, intrigante. Somos salvos de Deus por Deus. Como assim? Veja, ao tentar responder tal questionamento muitos acreditam que são salvos de Satanás. Já viram um vídeo que rola nas redes sociais em que Jesus aparece “medindo forças” com o Diabo pela alma de alguém? Pois é, eis um vídeo em total oposição à palavra de Deus, não é a Satanás que devemos temer, mas antes devemos temer àquele que tem todo o poder para fazer perecer tanto o corpo quanto a alma no inferno, DEUS! “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo” (Mateus 10: 28). Somos salvos de Deus, mas em contrapartida somos salvos por Ele também, para desfrutarmos eternamente de sua presença gloriosa.

Em Romanos 3: 23 a Bíblia diz: “porque todos pecaram e destituídos estão da Glória de Deus”, não há meio termo, TODOS são pecadores, TODOS merecem pagar o preço pelo seu pecado, o preço é a morte espiritual e eterna, o afastamento total de Deus, o inferno. Talvez você esteja pensando, então eu não preciso ser salvo, porque eu não faço mal a ninguém, não mato, não roubo, faço caridade, enfim sou uma ótima pessoa. Mas é aí que muitos se enganam. A bíblia diz em Isaías 59:2 que o nosso pecado é o que nos separa de Deus, então reflita: você nunca pecou? Nem mesmo uma única mentirinha? Em 1 João 1:8 diz que se alguém diz que não tem pecado, é mentiroso. E apenas uma mentira é suficiente para levar nossa alma ao inferno.

Cremos que Deus é amor, é misericordioso, mas Ele também é Santo e Justo. E por ser Santo, Ele não tem parte alguma com o pecado, não há como Deus punir o pecado sem punir o pecador. A bíblia diz que Deus não quer apenas mostrar o seu amor, mas Ele quer mostrar também a sua IRA, não se escandalize, é a palavra de Deus que diz, e isso não o torna um Deus mau, mas um Deus Santo e Justo! Romanos 9: 22 “Mas o que tem a dizer se Deus suportou com muita longanimidade os vasos da ira, preparados para destruição, porque desejava manifestar sua ira e tornar conhecido o seu poder”. E a bíblia ainda diz que para ser salvo é preciso ser santo; Hebreus 12:14 “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. E agora, o que fazer?!

Para que alguém seja salvo, é necessário que não haja pecado algum nessa pessoa, ela precisa ser santa, perfeita! Agora você deve estar pensando: se essa é a condição para ser salvo, então todos estão perdidos. Se você chegou a essa conclusão, parabéns, você está corretíssimo. Todos os homens estão perdidos, mortos em seus delitos e pecados. “E vos vivificou, estando vós ainda mortos em seus delitos e pecados”. (Efésios 2:1). Então, como poderemos ser salvos? Essa é uma excelente pergunta, vejamos. Para que pudéssemos ser salvos, mesmo nessa condição pecaminosa e caída, era necessário que alguém (completamente santo e perfeito) pagasse o preço da nossa condenação, já que não podíamos fazer isso sozinhos.

Observe, o amor de Deus e Seu desejo de nos salvar não poderia anular sua Justiça, se pecamos somos merecedores da condenação e o caráter de Deus, em santidade e justiça, não Lhe permite simplesmente “ignorar” a necessária punição por nossas iniqüidades. Eis o aparente dilema: Como encontrar o equilíbrio entre o amor salvífico de Deus e sua Justiça sobre a iniquidade? Jesus é a resposta! A justa punição pelo nosso pecado foi lançada sobre Ele, a ira de Deus para nós reservada foi suportada por Ele! O preço que pesava sobre os nossos ombros foi pago.

Deus, em sua infinita graça e misericórdia, enviou Seu Filho para pagar esse preço. Jesus, que é o próprio Deus, se fez carne e habitou entre nós, João 1: 14 “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua Glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. Cristo como homem, veio a terra e nunca pecou, foi completamente Santo e Perfeito “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”. (Hebreus 4: 15). Jesus bebeu do cálice da ira Deus, reservado para nós, sofreu o inferno que deveríamos sofrer, se fez maldito e deu Seu sangue para que pudéssemos nos reconciliar com o Pai. Esse foi o preço, sofrer morte e morte de cruz, mesmo sendo inocente! Dessa forma, quando Jesus estava sendo crucificado naquele madeiro, Ele estava levando sobre si, toda condenação que estava sobre nós. Romanos 8:1 “portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus”, vale salientar que não há condenação para os que estão em Cristo, e sabe o que isso quer dizer? Estar em Cristo é o mesmo que Cristo estar em nós, e Cristo só está naquele que se submete à Sua vontade, ou seja, vive de acordo com a vontade de Deus, não da carne.

Mas o que precisamos fazer então para sermos salvos? A bíblia nos faz um convite, arrependam-se! Precisamos reconhecer que somos pecadores, e entregar a nossa vida ao senhorio de Cristo, viver de acordo com a vontade dEle e deixar que Ele viva em nós. Deus quando olha para os salvos, não mais os vê caídos em seus pecados nem mesmo como seus inimigos, mas vê a Cristo habitando nos Seus, que passaram de criaturas condenadas a filhos, regenerados, mediante o sacrifício de Cristo na cruz do calvário.

Por isso precisamos ser salvos, porque jamais alcançaremos a vida eterna sozinhos, somos naturalmente maus e jamais uma criatura má e pecadora poderá salvar-se. Esse é o Deus da bíblia, o Deus que salva aquele que não pode salvar a si mesmo. Lembre-se, isso não fará de nós pessoas sem pecado, mas fará de nós pecadores remidos, justificados diante de Deus, santos, ou seja, separados do mundo, separados para DEUS! Saber disso me faz querer conhecer e adorar esse Deus tão misericordioso e maravilhoso, como escreveu o salmista: Salmos 84:10 “ Pois um dia em teus átrios vale mais do que mil em qualquer outro lugar”!

Com a Graça de Deus,


Márcio Montilari.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

COMPORTAMENTO CRISTÃO









“Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo”. Filipenses 2:15





Este é um assunto de grande relevância nos dias atuais e que nos confronta sobremaneira diariamente. À luz das Sagradas Escrituras vivemos em um tempo de frieza espiritual em que o mundo clama por mais amor e compreensão. Não é mais um alerta, mas uma medida emergente que a igreja brasileira precisa repensar e quando necessário tomar mudanças de postura no que se refere ao comportamento cristão, seus impactos e resultados na sociedade. A bem da verdade é que tem sido um grande desafio liderar, viver conforme a palavra de Deus e ser irrepreensível diante de uma sociedade acusadora, sem escrúpulos nem pudor. Haja vista que somos monitorados pelas pessoas constantemente pelo que dizemos ou fazemos.



Muitas delas estão com os olhos fixos em nós esperando que cometamos um deslize qualquer para nos apontar e nos fazer alvo de zombaria. Marchamos na contra mão do mundo e isso incomoda aqueles que nos rotulam de fundamentalistas, conservadores, preconceituosos e tantos outros adjetivos pejorativos e palavras de baixo calão (palavrões, ofensas, pobreza de linguagem).


Diante de tudo o que acontece, como o cristão pode provar o contrário, fazer a diferença diante da sociedade e nas relações com os grupos sociais (família, amigos, igreja, universidades) os quais está inserido? A princípio devemos entender o que significa ser irrepreensível e sincero de acordo com a interpretação do texto-base. O comentário bíblico Moody destaca que devemos ser irrepreensível diante dos outros. O termo se refere a alguém sem culpa, sem falta, inocente. Em outras palavras, devemos viver uma vida pautada em conformidade com os parâmetros divinos a fim de que não sejamos julgados por palavras e atitudes reprováveis e levianas. Ainda segundo o autor, ser sincero é ser autêntico, exibindo simplicidade de caráter. Uma geração pervertida e corrupta é o resultado da distorção moral (o pecado) e intelectual. Para que o cristão resplandeça (brilhe intensamente) como “astros no mundo” é preciso andar na luz de Jesus. Ser revestido de Seu poder e autoridade para influenciar o mundo e não ser influenciado por este. Obedecer e praticar os ensinamentos bíblicos tal qual exorta Tiago no capítulo 1, versículo 22: “Sede praticantes da Palavra e não simplesmente ouvintes, iludindo a vós mesmos.”



A cerca do comportamento entre família, o cristão precisa ser cauteloso nas palavras, aconselhando, ensinando e tendo o máximo de cuidado para não ferir ou magoar ao se posicionar diante de um assunto polêmico ou situação delicada, por exemplo. Deve ter a consciência de que é o principal responsável por cuidar e evangelizar seus entes queridos: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel".1 Timóteo 5:8. Ser respeitoso em tudo nas reuniões com os seus parentes próximos, demonstrar amor através de gestos e atitudes, solidariedade e interesse em ajudar nos problemas. Em um círculo de amigos e na igreja a qual congregamos ou visitamos, a regra é a mesma, o respeito, o amor, a compaixão, etc. Os verdadeiros amigos são aqueles que respeitam e toleram a nossa crença embora haja divergências a parte. Independentemente da sua condição moral e espiritual diante de Deus, temos o dever de anunciá-los as boas novas do Evangelho.



Eis alguns conselhos práticos e necessários: a fim de dar testemunho, devemos nos abster sempre das práticas e obras mundanas, atitudes ou comportamentos que entristeçam o Espírito Santo de Deus e que possa nos distanciar ou fazer perder a comunhão com Ele. Não compactuar com atitudes maldosas, desonestas ou discriminatórias. Em tudo é necessário equilíbrio emocional, discernimento e sabedoria do alto. Se nos falta, peçamos a Deus com perseverança: “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada".Tiago 1:5.



Na igreja o comportamento com os nossos irmãos em Cristo deve manter o mesmo padrão. O sorriso no rosto, um abraço, um aperto de mão. O ato respeitoso e hospitaleiro é sempre bem-vindo. Saudar com a “paz do Senhor” não deve ser um mero cumprimento mecânico e domesticado, mas uma saudação sincera capaz de refletir no outro o sentimento verdadeiro que compartilhamos da mesma paz que de Cristo recebemos. Nas escolas e nas universidades, ainda que o ambiente possa parecer tenso ou conflituoso para a propagação do Evangelho, o comportamento recomendável pela Bíblia deve permanecer. Sabe-se que é um espaço adequado para fins educacionais e ensino para a formação acadêmica e cidadã. No entanto, é um ambiente propício para o evangelismo pessoal, uma vez que os estudantes têm a oportunidade de conversar entre amigos, fazer novas amizades, trocar ideias e compartilhar experiências.


Crie estratégias de aproximação, visite uma pessoa ocasionalmente, convide para os cultos e para a escola bíblica dominical, reuniões de família, etc. Seja cordial e generoso sempre tentando transmitir o amor de Deus através de gestos e palavras. Eis o conselho do apóstolo Paulo, viável e que pode ser aplicado em todas essas situações: "A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um." Colossenses 4.6. Para que possamos cumprir com o nosso papel de cristão devemos conhecer cada ambiente para saber como se comportar devidamente. O mais importante é como nos apresentamos e como estamos sendo vistos pela sociedade. “Portanto, somos embaixadores (autoridade espiritual) de Cristo...” 2 Coríntios 5:20. O versículo traz a ideia de “ ser enviado como embaixador “ , “ ir como representante “. Somos representantes de Cristo na terra, uma elevada posição de muita responsabilidade e compromisso que nos obriga a cumprir a missão de anunciar a mensagem de Deus aos cativos e perdidos.


Falando de comportamento cristão, à primeira vista podemos considerar Paulo um homem soberbo quando diz: “Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam”. Filipenses 3:17. Não somos seres perfeitos ou superpoderosos porque somos cristãos. O apóstolo dos gentios foi um exemplo de comportamento cristão e teve um ministério bem sucedido e aprovado por Deus. Entretanto foi humano, e humanos têm fraquezas, limitações e cometem erros naturalmente. Mesmo assim se tornou referência, padrão de conduta para a igreja primitiva e assim deve ser para a igreja contemporânea. Sejamos irrepreensíveis, sinceros, inculpáveis diante de Deus e dos homens e oremos para que o brilho que há em nós resplandeça nesse mundo tenebroso para a honra e glória do Deus dos deuses, Senhor dos senhores e Rei dos reis!

 


Ígor Queiroz



segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Por que acredito na existência de Deus?



“De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torne galardoador dos que o buscam”. (Hebreus 11:6)
           

            A origem da vida e a existência de Deus ainda são grandes mistérios para a ciência. Então, se a ciência ainda não conseguiu provar a existência ou a inexistência de Deus, o que leva a muitos acreditarem que Deus realmente existe? A Fé é a base para todo aquele que crê na existência de Deus, pois “a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem”. (Hebreus 11:1) Entretanto, há ainda uma pergunta a fazer: De onde vem a convicção e a prova de nossa fé?
            Muitos dos que professam não crer em Deus ficam indignados em como pessoas creem que exista um Deus que não prove a sua existência, simplesmente por não aparecer e acabar com todo o enigma que perpetua no mundo. Entretanto, se Deus assim fizesse, não haveria mais a necessidade de existir fé. Ademais, Cristo corrobora ao afirmar que “bem aventurados os que não viram e creram” (João 20:29)
             Muitos podem questionar e afirmar que a minha fé é cega, sem base racional, e que crer na existência de Deus é um suicídio intelectual. Mas, antes de afirmarem, eu quero dizer que a minha fé está embasada em evidências, em razões lógicas suficientes que amparam a minha crença. Ela está embasada e amparada em tudo o que existe, “porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas”. (Romanos 1:20)
            Sei que é possível extrair matéria do vácuo sem a dependência de matéria-prima, que combinações de coisas podem produzir coisas novas e que há variações genéticas que promovem a evolução das espécies. Entretanto, essas ideias são facilmente confrontadas com outras questões, como:
1) o argumento cosmológico: tudo o que começa a existir precisa de uma causa para a sua existência. Desta forma, qual a causa da existência do universo? As chances de uma pequena molécula de proteína de formar ao acaso é de 1 para 1e+243 (isto é, 10 seguido de 243 zeros). Uma única célula possui milhões de moléculas de proteínas, e um corpo humano possui trilhões de células. Qual a probabilidade de tudo isso, de forma conjunta, acontecer?
2) o argumento teleológico: o universo e as leis da natureza como um todo possuem uma imensa e inquestionável complexidade claramente identificada. Portanto, como pode seres inteligentes surgirem de seres inanimados? O problema maior não está na parte física, o hardware humano, mas na estrutura lógica que compõe esse hardware, o software humano _ a inteligência, as emoções, os pensamentos, a capacidade de percepção, entre outras. Entretanto, a complexidade do desenho de qualquer ser vivo está sob uma forma que segue padrões específicos, todos eles bem organizados e fundamentais no seu processo de vida. Todo e qualquer ser vivo celular possui um DNA com uma grande carga de informações capaz de armazenar 455 exabytes, ou seja equivalente a mais de 48 bilhões de gigabytes de informações. Um corpo humano possui mais de três milhões de células, cada uma com mais de 48 bilhões de gigabytes de informações. Daí surge uma pergunta: como é possível um grande projeto complexo ter surgido do nada, sem a necessidade de um Grande Projetista para criar esse Design Inteligente?
3) o argumento da Lei Moral: toda e qualquer cultura humana é fundamentada por leis morais que regem os direitos e deveres da sociedade. A questão desse argumento não é tratar o porquê de uma lei subsistir ou não, mas de entender a existência do senso moral humano para discernir o certo e o errado e o porquê da sua existência. Ademais, que sentido faria se as intuições morais fossem um mero truque do acaso? O padrão da moralidade humana promover atos éticos e morais aponta para a existência de um Ser moral e ético, Deus.
            Esses três argumentos fortes não são os únicos a promoverem as evidências que me levaram a crer em um Deus, a Bíblia e os cumprimentos proféticos ali escritos são indícios fortes da verdade de um Deus que realmente existe. As evidências científicas comprovam microevoluções em animais da MESMA espécie, mas nunca de espécies que passaram a ser outra espécie. Mas a maior prova da evidência da existência de Deus é a experiência única e pessoal de relacionamento com Ele, conforme João em seu evangelho diz claramente “que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará entre vós.” (João 14:17) Fui alcançado pela graça de Deus em minha vida e hoje Cristo vive em mim (Gálatas 2:20) e posso sentir o Deus que existe e que importa em ser adorado por todo aquele que o busca em espírito e em verdade. (João 4:24)
            Caros leitores, vocês também podem ser alcançados por este amor infindável e passarem a crer em um Deus vivo (Jeremias 10:10a) e que está pronto a se revelar na Sua Palavra, a Bíblia (2 Timóteo 3:16, 17). Se você sentiu esse desejo, deixe seu amém e algum colaborador da equipe Viver o Evangelho de Cristo estará entrando em contato com você.

Em amor,


Rodolpho Soares

domingo, 18 de outubro de 2015

O céu não está em Crise


O céu não está em crise

“Provem e vejam como o Senhor é bom. Como é feliz o homem que nele se refugia!” Salmos 34:8 NVI

Elias foi um exemplo de pessoa que teve suas necessidades supridas por Deus. Ele foi sustentado no deserto onde lhe faltava tudo, os corvos levavam para ele pão e carne e ele bebia da fonte, mas um dia a fonte secou. Quando nossas fontes secam, os mananciais de Deus continuam cheios, quando nossa despensa ficar vazia, os celeiros de Deus vão sempre continuar cheios. Temos que depender mais do provedor do que da provisão. 1 Reis 17.1-7 

Estamos vivendo tempos trabalhosos, difíceis, de aflições. A temida crise esta à porta... Meu emprego, será que vou continuar com ele? E as contas, como vou pagá-las? E a feira da semana? É muita pressão! Mas irmãos, precisamos descansar mais em Deus, precisamos aprender a ser dependentes dEle, assim como Elias foi sustentado miraculosamente, o mesmo pode acontecer em nossas vidas hoje, o céu não está em crise, se alegre por isso, precisamos depender mais do provedor do que da provisão. 

Deus é o nosso provedor, o nosso sustento diário, não quero aqui pregar a teologia da prosperidade, longe de mim, mas apenas dizer: “Provem e vejam como o Senhor é bom. Como é feliz o homem que nele se refugia!” Salmos 34:8 NVI. 

Façamos como está escrito em Habacuque: “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação”. Habacuque 3:17,18 

Quero enumerar diversas promessas que nos levam a confiar em Deus em momentos de crise. Deus promete cuidar de nós “Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?” Mt 6.26. Vem de Deus o nosso alimento, tudo provém dEle. Deus promete suprir nossas necessidades. “Os leõezinhos sofrem necessidade e passam fome, porém aos que buscam o Senhor bem nenhum lhes faltará.” Sl 34.10. Para o povo de Deus nada falta. O Senhor suprirá o povo que está em aliança com Ele. 

Deus promete suprir o que precisamos no dia de hoje “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.” – Mt 6.11. A visão do sustento serve como uma petição pela provisão de Deus em relação às nossas necessidades diárias.

Deus promete nos dar descanso,“Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro.” – Sl 4.8. A presença íntima com o nosso Deus nos permite dormir em tranquilidade, cheios de confiança e esperança. 

Deus promete nos dar força “Mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.” Is 40.31. Deus nos dá uma nova vida e verdadeira alegria em Cristo Jesus. 

Deus promete nos dar sua paz “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14.27. A paz de Cristo é segurança para as nossas vidas, essa paz é algo que o mundo não pode oferecer, ela foi comprada com a morte e ressurreição de Jesus, é a solução para todos os nossos medos.

Deus promete nos dar uma nova perspectiva de vida “Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” Lc 12.15. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal. Mateus 6:33.34 

O Salmo 121.1-2, nos traz uma visão no meio da crise: Levantarei os meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro. O meu socorro vem do SENHOR que fez o céu e a terra.” Quando tomamos a atitude de levantar nossos olhos para o céu, ou seja, de nos voltarmos para Deus, mesmo em momentos difíceis, recebemos uma resposta de Deus para as nossas crises, afinal Ele tem seu próprio tempo e não recua diante das crises. Mesmo quando não o vemos, Deus se faz presente. 

Na oração do Pai-Nosso das seis petições, três são dirigidas a Deus (Mt 6.9-10) e as outras três estão voltadas às necessidades humanas (Mt 6.11-13).

Então irmão Esqueça a crise e olhe para Cristo.

Bruno Lima`

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Cristão diferente ou indiferente?


O extremismo nas interpretações bíblicas  (parte 1)

Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores! Salmos 1.1

Não é raro ouvir em sermões, debates ou em evangelismos de certos cristãos interpretações que, em muitos casos, tornam-se equivocadas acerca de vários textos bíblicos extraídos de forma isolada, ou seja, versículos bíblicos que não são considerados dentro do contexto (situação, condição de produção) que se insere . Irei abordar uma série de artigos falando acerca de textos bíblicos com interpretações dadas por muitos e que vão além do contexto e sentido abordados pelos escritores da Bíblia Sagrada. 

Começarei tratando sobre o texto supracitado, em que se extrai aplicações sem fundamento e que chegam a ter posicionamentos de uma ideologia extremista, o que chamamos de fanatismo religioso. Portanto, quero aqui buscar esclarecer o sentido em que o salmista quis nos passar em relação ao que se refere a três aspectos verbalizados neste versículo: “Andar”, “se deter” e “se assentar”, para não incorrermos de forma inadequada a aplicação prática das Escrituras Sagradas em nossas vidas. O texto nos traz a ideia de que não devemos moldar nossos comportamentos em “conselhos dos ímpios”, mas no que a Bíblia nos orienta. Não devemos nos “deter” no “Caminho” (que em Hebraico significa modo de vida e de conduta) dos pecadores, mas sermos guiados e orientados pela Lei do Senhor. Nem devemos “se assentar na roda dos escarnecedores” (que é se deliciar e comungar com o descrente e o ímpio quando zombam de Deus e das coisas feitas por Ele), mas ser um defensor e proclamador dos feitos e obras do Senhor nosso Deus. 

Muitos ao lerem este primeiro versículo do primeiro capítulo do livro de Salmos, afirmam para uma aplicação prática que o “cristão” não deve estar convivendo com as pessoas que não são cristãs. Que não se pode estar em rodas de amigos, entre conversas com pessoas que não partilham da mesma fé cristã. O interessante é notar que em toda a trajetória de vida do Mestre e Salvador Jesus, sua postura foi totalmente o inverso. Ele andava entre os pecadores, comia com os “não cristãos”, ele não se isolava das pessoas por ser santo e por ter comportamentos diferentes das pessoas que não tinham suas vidas voltadas para Deus. Ele se aproximava porque sabia que elas precisavam conhecer o verdadeiro amor de Deus. Veja: “Todos os publicanos e pecadores estavam se reunindo para ouvi-lo. Mas os fariseus e os mestres da lei o criticavam: "Este homem recebe pecadores e come com eles" (Lucas 15.1-2). Nesse texto bíblico, podemos constatar que havia uma rejeição dos religiosos quanto à aproximação de pessoas que não estavam em condições de comunhão plena com Deus. 

Esse fato é uma das bandeiras levantadas pelo judaísmo, em que se afirma não poder aproximar-se de pessoas pecadoras para não se tornar “impuro”. Muitos “cristãos” não conseguem se aproximar de pessoas que estão em situações de risco social por acreditarem que estarão se “sujando”, se tornando “impuros” e que essas pessoas não merecem ter atenção devida. É uma atitude que nega a essência de um dos dois princípios e alicerces do evangelho de Cristo: Amar ao próximo como a si mesmo. Como também o princípio de amar a Deus sobre todas as coisas que nos faz reconhecer a Sua soberania, Sua bondade, misericórdia e amor, ao ponto de sermos gratos e não “escarnecedores” das bênçãos celestiais.

Se assumirmos tal postura, seremos “cristãos” indiferentes, ou seja, praticaremos o fanatismo religioso que, nesse caso, a tudo se isola do pecado ao ponto de não alcançar o próximo com o amor de Deus. Jesus nos ensinou a dar de graça aquilo que recebemos de graça, portanto, o perdão, a misericórdia, a compaixão e a oportunidade de conhecer o plano salvífico de Cristo para nos dar a vida eterna. O Senhor Jesus orou ao Pai e lhe pediu que não tirasse os seus discípulos do mundo (porque iria precisar deles para ser suas testemunhas e dar continuidade ao plano de salvação conquistado por Cristo na Cruz), mas que os livrasse do mal. O propósito de Jesus é que sejamos Sal da terra e luz do mundo, que façamos a diferença neste mundo tenebroso que jaz no maligno. Entretanto, não devemos no isolar daqueles que estão precisando conhecer a Cristo assim como outrora estávamos na mesma situação, “E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue?” (Romanos 10.14). Não devo aceitar ser conivente com as práticas daqueles que não querem seguir a Cristo, mas preciso influenciá-los com meu modo de vida regenerado e transformado para que estes desejem ardentemente desfrutar do amor de Deus em suas vidas. 

Como posso ter essa oportunidade? Estando com “os pecadores” em seus momentos dos mais distraídos aos mais importantes. No trabalho, na escola, nas reuniões em família, nos encontros de amigos, nos momentos difíceis, etc. Deus nos chamou para sermos salvos e para levarmos o amor dEle àqueles que ainda não conhecem a Verdade, Jesus o Filho de Deus! Jesus disse: “Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento" (Lucas 5.32). 


Na comunhão do Espírito, 

Italo B Queiroz

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Reunidos em nome de quem?


Reunidos em nome de quem?

“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. (Mateus, 18:20).

É corriqueiro ouvirmos da parte das mais diversas seitas e crenças o recitar do versículo acima, sob a convicção de que, de fato, o Senhor Jesus está no meio deles. É como uma fórmula mágica, se dois ou três se declararem reunidos em nome de Cristo, tcharaaammm! Lá está Jesus no meio deles. Mas, será que essa é a verdade traduzida na Palavra de Deus? Veja o quanto uma questão aparentemente simples traz consigo questões controvertidas. 

Os mais variados segmentos e seitas religiosos, cujas doutrinas ferem frontalmente a bíblia sagrada, utilizam-se do texto bíblico acima transcrito para autenticarem suas crenças, alegando estarem sob a chancela de Jesus e Sua bênção. Não bastasse isso, doutrinas opostas e incompatíveis entre si se valem desta mesma ideia para legitimarem sua existência. A confiança de que a presença de Cristo está no meio deles representa a aprovação de Deus quanto às suas práticas e vidas.

Tratar deste tema sem pensar em ecumenismo é praticamente impossível. O movimento, aparentemente tão bonito e bem-intencionado, propagador da unidade entre os povos e crenças, prega, em última análise, que todos estão “adorando” e “servindo” ao mesmo Deus, razão porque não há motivo para separação. Será mesmo assim? Estaria Jesus confuso? Estaria relativizando seus ensinamentos? Afinal de contas, como admitir que o mesmo Deus consente com as práticas e doutrinas as mais diversas, na maioria das vezes conflitantes com Sua palavra revelada?

Partindo deste ponto, é óbvio que a verdade expressa no versículo acima não é e não pode ser literal. Entendamos o porquê. A Bíblia Sagrada, em diversas passagens, faz uso da expressão “em meu nome” com, basicamente, quatro conotações: 1) Estar na condição de representante de alguém, por exemplo: “E qualquer que receber em meu nome um menino, tal como este, a mim me recebe” (Mt 18:5); 2) Sob a autoridade de alguém (“E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas (Mc 16:17)”; 3) Literalmente, isto é, fazendo uso do nome de alguém, exemplo: “Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis” (Jo 5:43); e, 4) Sob a vontade de alguém, observe: “Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (Jo 14:14).

No contexto de Mateus 18:20, Jesus promete estar presente no meio daqueles que estão sob a Sua vontade. Não fosse assim, estaríamos admitindo que a declaração vazia de se estar em nome de Jesus acarretaria sua presença e aprovação e, claramente, tal conclusão é inadmissível. Assim sendo, Cristo e Sua palavra se opõem a qualquer modalidade de relativismo ou adequação do evangelho às conveniências humanas. O chamado do Senhor é de que nos submetamos irrestrita e completamente à Sua vontade e não o contrário, não há espaços para concessões.

Assim sendo, à luz da Bíblia, não há chance para ecumenismo ou qualquer “união” que despreze a verdade das Escrituras. Disse Lutero: “A paz, se possível, mas a verdade a qualquer preço”. É assim, o Deus da bíblia, único e verdadeiro, não divide Seu altar e Sua glória com Baal ou quem quer que seja!

Nestes termos, ou se está em Cristo ou não, ou Ele reina sobre nossas vidas ou não, ou estamos sob a Sua vontade, revelada na Palavra, ou não. Não há meio-termo ou indefinição. Jesus se faz sim presente no meio daqueles que vivem não mais para si, mas para Ele; faz repousar Sua presença e bênção sobre os que vivem e amam Sua vontade, cuidando em Lhe honrar e glorificar.

Assim sendo, Jesus não está entre os difamadores, mentirosos, prostitutos, fornicadores, adúlteros e todo aquele que ama e vive na prática contínua do pecado. Imaginar que pessoas nessas condições podem se reunir e invocar a presença de Jesus sem qualquer mudança de vida ou regeneração beira a ingenuidade, o Santo Salvador não compactua com a iniquidade.

Por isso, não se engane! A presença de Jesus pode ser desfrutada por todo aquele que se submete à Sua vontade revelada na Bíblia, não há atalhos, não existem outras opções. Que o Senhor nos abençoe!

No amor de Cristo,
Carol Montilari.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A RAIZ DA JUVENTUDE








"Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;". (Eclesiastes 12:1)

    Tenho certeza que toda pessoa que esteja lendo esse texto tenha a noção do que é uma raiz. Em um sentido geral essa palavra tem o significado de base, alicerce. Lendo as sagradas escrituras, você perceberá que O Senhor é tido como a Raiz de todos os obedientes, ou seja, a BASE. Conhece a raiz de uma planta? Na raiz de uma planta comum existem a parte que parece uma continuação do caule (onde passa a maior a parte de água e nutrientes absorvidos da terra pela planta) e as ramificações secundárias (as raízes mais fininhas), que têm como função primordial fixar a planta no local de crescimento. E qual o motivo dessa descrição? Quero comparar a parte principal dessa raiz com o que recebemos pelo Santo Espírito de Deus, e a parte ramificada com os vários fatores que nos fundamentam para crescermos no Senhor, segundo Sua vontade. E que fatores são esses? A bíblia responde.
    Nos nossos dias (na igreja ou em qualquer outro meio), pastores, líderes de departamento, professores e diversas pessoas da sociedade reclamam do perfil da juventude. No caso do meio cristão, na igreja, é incessante o número de reclamações por parte de lideranças e mais velhos, tais como: "Esses jovens não querem nada", "Cresceram na igreja, mas porque não levam a sério?", "A gente fala e eles nem ligam". Mas... Será que a culpa é exclusiva do jovem?. Claro que não! Ninguém surgiu de forma espontânea e se criou sozinho. Então, o primeiro fator que influencia em sua formação é a família. A bíblia nos fala do exemplo de Timóteo, um jovem que cresceu em um lar estruturado espiritualmente, veja: "E chegou a Derbe e Listra. E eis que estava ali um certo discípulo por nome Timóteo, filho de uma judia que era crente, mas de pai grego; Do qual davam bom testemunho os irmãos que estavam em Listra e em Icônio." - (Atos 16:1-2). Lucas descreve uma mãe verdadeiramente crente que foi importante para que o filho fosse um servo de Deus. Isso ninguém interfere, é algo que só Deus faz (nascer em um lar cristão). Porém, aprenda isso para ser um pai ou uma mãe que venha a edificar a vida do filho. O segundo fator é o meio em que se vive, as companhias. Nisso cabe a ação da pessoa! Cuidado com quem você anda, jovem. A bíblia fala: "Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes." - (1 Cor 15:33). A convivência é algo fatal. Você pode ser uma pessoa que não fala palavras torpes, mas viver no meio de quem age assim influenciará sua mente, por exemplo. Mesmo sendo regenerada, nascida de novo, uma pessoa crente também é de carne e osso; e a mente humana busca se acomodar no ambiente em que se encontra. Em terceiro, podemos citar a humildade. A falta de humildade precede a maioria dos pecados e acaba em ruína. Um bom começo para o jovem exercitar a humildade é obedecer aos mais sábios, mais velhos e, sobretudo, ao Senhor. Veja o que diz o autor de Hebreus: "Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade." - (Hb 12:9-10). Participar da Santidade de Deus é algo que vai além da felicidade, é uma bem-aventurança (mais do que felicidade). Se humilhar é sinal de inteligência e o caminho para ir aonde não podemos ir por nossas próprias forças.
     Não sei se você que está me acompanhando nessa reflexão é um pai, uma mãe, um idoso, um professor, uma liderança eclesiástica ou simplesmente um jovem no princípio da vida. Se caso já tiver passado dessa fase da vida, aconselhe. Se está passando por ela, acolha. Acolha a palavra de Deus para não ter remorso em seu futuro. No texto conhecidíssimo acima, que se encontra em Eclesiastes, Salomão lamenta a maneira que levou a juventude. Não podia voltar atrás. No caráter sim, mas no tempo... Não! Oportunidades são únicas, a vidá é única e o nosso Deus também. Qual é sua raiz? De onde você se alimenta, quem te movimenta e onde você se fixa? Responda para si essas perguntas todos os dias.
                                                                          Na Graça e no amor de Deus,
                                                                                                                                                                                                                         Rafael S. Lima

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A tristeza que provém de Deus


A tristeza que provém de Deus 

Sentir tristeza faz parte da natureza e condição humanas, apesar disso, quem gosta de se sentir triste? Por óbvio, ninguém! Entretanto, a tristeza é natural e inevitável, ficamos e ficaremos tristes por diversas razões ao longo de nossa vida. Face aos seus efeitos, a tristeza é odiada e encarada com repulsa, sempre associada à negatividade e malignidade. Todavia, à luz da Palavra de Deus, é a tristeza um sentimento maligno? Haveria um lado “bom” da tristeza? 

Pois bem. É certo que há uma tristeza proveniente de Deus, e portanto, desprovida do carnal, diferente da tristeza cotidiana, mas desejável, almejável... Será isso possível? Claro que sim! E qual então seria essa tal tristeza? Vejamos o que diz 2 Coríntios 7: 10 “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para salvação”. Essa é a tristeza que provém de Deus, a tristeza que sentimos pelo pecado, pela nossa condição caída, capaz de nos levar ao arrependimento. Observe, até para nos arrependermos precisamos de Deus, Ele quem opera em nós essa tristeza, a qual gera o arrependimento para a salvação. Ai de nós se não fosse essa provisão de tristeza que é segundo Deus, pois se o Senhor não a produzisse em nós, continuaríamos mortos em nossos delitos e pecados, seguros em nós mesmos, em nossas próprias obras. 

No contexto desse capítulo 7 de 2 Coríntios, Paulo menciona o conteúdo severo da primeira epístola enviada a Igreja de Corinto, acerca da qual diz não se arrepender de ter escrito, pois sabe que mesmo havendo sido a causa de tristeza, foi esta segundo Deus, produtora de arrependimento para salvação. Vejam, arrependimento para salvação, o que isso quer dizer? Arrependimento, do grego metanoia, significa mudança de mente. Assim, quando uma pessoa se arrepende ela não apenas deixa de fazer aquilo que gostava de fazer, mas ela deixa de GOSTAR daquilo que gostava de fazer. Entendeu? Há uma diferença crucial! Muitos deixam de fazer aquilo que gostavam, se autodenominam “cristãos” e até tentam se manter distantes de algumas práticas pecaminosas, mas, no íntimo, perseveram na vontade de fazer aquilo que deixaram de praticar, continuam amando e desejando o pecado. Isto não é arrependimento para salvação, mas mera ilusão, tentativa vã de enganar-se a si mesmo e aos homens. Reflita, que adianta deixar de fazer se ainda amam e sentem o desejo de viver a velha vida? O fim não é outro senão sucumbir às paixões carnais. Sem a regeneração e o Espírito Santo é impossível vencer o pecado. Lembre-se, o verdadeiro cristão aborrece o pecado e sentem o seu pesar em sua vida. 

Arrependimento também não se confunde com remorso, este último é quando a pessoa se sente mal pela conseqüência do pecado e não por ele em si. Por exemplo, um casal de namorados está praticando sexo antes do casamento, mas não sente nenhum peso pelo seu pecado, continuam praticando, até que é descoberto que ela está grávida, daí então eles contam aos seus pastores e líderes. Será que realmente se arrependeram? Ou só contaram porque não havia mais como encobrir seus pecados? Eis o remorso. 

O verdadeiro arrependimento, operado pela tristeza segundo Deus, é aquele que abre os olhos do arrependido para sua condição caída, afastada do Senhor, carente da graça salvífica, condenada em seus delitos e pecados, fadada à punição eterna. O arrependimento é, portanto, o abandono definitivo das velhas práticas, a repulsa pelo pecado, uma mudança total e irremediável de mente. Ele opera o pesar necessário à condução do homem a Deus, gerando o perdão divino. 

Assim, mesmo depois de regenerado e salvo, a tristeza continua recomendável e necessária, veja: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações. Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza. Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará” (Tiago 4:8-10). Assim sendo, a tristeza na vida do cristão é capaz de gerar-lhe quebrantamento, avivamento, restauração em Deus. Gera o abandono do pecado e humilhação perante o Senhor. 

Como sendo resultado de alguma adversidade, a tristeza tem a capacidade de nos voltar para Deus mais intensamente. A tribulação acarreta busca, confiança e dependência do Pai. Que o Senhor possa sempre gerar em nós essa tristeza, para que diariamente venhamos nos entristecer pelos pecados que cometemos, fazendo-nos anelar uma vida santa e irrepreensível. 

Em amor, 

Márcio Montilari.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Como reconhecer e praticar o verdadeiro amor?

“Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gálatas 5:22).

É muito comum no mundo contemporâneo, a vida avaliada através de números. Isto é, salários, bônus, metas, resultados, fatias de mercado, são variáveis que muitas vezes fazemos transparecer para que as pessoas possam avaliar se vivemos bem ou não.

Não obstante, o desejo desmedido por bens materiais, dinheiro, status, fama, glória, resulta na maioria das vezes em uma ambição irreprimível. A cobiça irrefreável pelas coisas materiais, por tanto, desmoraliza o próprio ser à medida que busca-se de forma desordenada a aquisição de riquezas e/ou honrarias; Isto, tendo em vista sobre a definição da moral, como sendo uma decisão racional das nossas escolhas.

A bíblia nos exorta quanto a isso “Então lhes disse: "Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens” (Lucas 12:15) “Verdadeiramente a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno corrompe o coração” (Eclesiastes 7:7) “e, por se multiplicar a iniqüidade, o AMOR de muitos esfriará” (Mateus 24:12).

Outrossim, na sociedade capitalista, em que os sistemas de produção são substituíveis, ou seja, a escassez de um produto leva a substituição pelo outro, somos influenciados constantemente a desejarmos algo que sempre falta, assim como transbordar de alegria pelo que não falta. Deste modo, a felicidade se resume apenas no desejo e na abundância; em que se esquece o verdadeiro propósito que transforma e melhor define o caráter humano, o Amor.

Mas o que podemos entender sobre a palavra AMOR? No sentido etimológico, originalmente do latim, significa “gostar de algo ou alguém”, sentir afeição, desejo ou preocupação (Dicionário Aurélio). Na filosofia grega, o amor, para Platão, resume-se ao desejo pelo que falta (Eros); para Aristóteles, a definição própria sobre o amor, resulta na alegria pelo que não falta (Philia); Contudo, Para Cristo, a definição mais simples e precisa sobre o amor é “amar ao próximo como a si mesmo” (Marcos 12:31).

Isto é, um amor ágape – amor incondicional – que supera todas as definições humanas existenciais e que vai além do imaginário humano. “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1 Coríntios 13:4,7)” – Carta de Paulo aos Coríntios.

Nesse sentido, se classificarmos o amor, apenas ao desejo pelo que ainda falta em nossas vidas, ao termos o nosso desejo por algo ou alguém sanados, então o fruto do nosso amor desaparecerá. Como também se definirmos o amor como a alegria pelo que não falta, então nunca seremos verdadeiramente felizes, e conseqüentemente, nunca existirá amor, pois sempre se buscará algo que possa sanar as nossas necessidades individuais.

Buscai, pois, em primeiro lugar, o Reino de Deus, e a sua justiça e todas as demais coisas vos serão acrescentadas (Mateus 6:33). Como está escrito em Mateus, ao buscarmos primariamente o entendimento das escrituras sagradas, e desejarmos exclusivamente o reino de Deus, então todas as demais coisas nos serão acrescentadas.

Assim sendo, Deus é a fonte de todo o amor verdadeiro. Ele “tanto amou o mundo que deu o seu Filho” em sacrifício (1João 4:8; João 3:16). Por tanto, “Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele” (1 João 4:16). “Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito” (1 João 4:12).

Então, que em nosso cotidiano, possamos amar verdadeiramente, não por ganância ou interesses próprios, mas, simplesmente, por amor ao próximo; refletindo valores morais e éticos para uma convivência harmoniosa e, sobretudo, enxergando o nosso próximo como a nós mesmos, através das virtudes do fruto do Espírito Santo. Assim, teremos a plenitude do amor em nossas vidas.

Ame a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo (Marcos 12:30-31).

“Porque onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração” (Mateus 6:21).


Em amor,

Williams Martinho

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Você age por impulso?


Você age por impulso?

“Detonamos facilmente o gatilho da agressividade contra os que nos frustam. Não matamos fisicamente, e sim psiquicamente aqueles que nos ofendem ou nos decepcionam.”(Augusto Cury) 

“Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado.” Pv 19:2

“Como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio.” Pv 25.28; 

São incontáveis as vezes que magoamos ou decepcionamos alguém que amamos por conta de palavras ou atitudes tão pequenas, comparando-as com nossos atos após isso. Estamos, na maioria das vezes, agindo sem pensar, seja em qualquer lugar ou momento e ao sermos atacados com alguma ação, seja qual for, mesmo de brincadeira, ativamos instantaneamente a reação de descontar. Somos quase sempre impulsivos em todas as áreas de nossa vida: familiar, fraternal, social e principalmente, somos impulsivos para com Deus. 

Será que podemos contar as oportunidades que tivemos de ficarmos calados e simplesmente ouvir o que talvez fosse uma admoestação favorável para nossa vida? Acho que não. Certa vez ouvi um exemplo de um homem que derramou um copo d’água em cima de outro, e logo depois foi morto por este. A princípio, isso nos parece muito sério. E realmente é, porém, é uma descrição do que somos capazes de fazer. 

Temos um exemplo ilustre de um homem manso que soube se manter sereno em tamanha dor que sofrera:Jesus Cristo! “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.”(Isaías 53.7) Mesmo com todo sofrimento, rejeição, humilhação e dor, Jesus permaneceu calado sem reagir, e por isso seus torturadores aumentavam o grau de tortura. Cristo foi e é o exemplo que temos a seguir, ele se mostrou forte, calmo e além de tudo, amou os que que lhe maltratavam. Ele mostrou que havia luz no momento ou no lugar mais escuro, amou e nos ensinou a amar nos cenários onde só há dor. 

Cada vez que paro para estudar sobre Jesus fico mais impressionada! Em cada passo que ele deu, ensinou. Suas atitudes foram inimagináveis, mas totalmente possíveis de serem praticadas. Por isso, tenho procurado, diligentemente, tomar este exemplo acima citado para minha vida todos os dias. Diariamente somos fragilizados, criticados, em outros momentos fragilizamos e fazemos coisas cujas consequências são irrremediáveis, e muitas vezes sabemos que nos arrependeremos por tais atos, mas por nossa teimosia as fazemos. Vejamos alguns homens citados na bíblia que agiram impulsivamente mesmo quando tinham “boas intenções”. 

Vemos na bíblia a maneira como Pedro se comportou quando Jesus estava sendo preso; ele precipitou-se e querendo defender seu Mestre, cortou a orelha do servo do sumo sacerdote. Porém, Jesus, ensinando lhe disse:”Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada à espada perecerão."(Mt 26.51-52) E mostrando piedade, Jesus tocou-lhe a orelha e o curou. (Lc 22.51) 

Os anciãos de Israel duvidosos sem saber qual o motivo de Deus ter deixado que os filisteus derrotassem os israelitas, mandaram que a arca da aliança fosse trazida de Siló para que perto deles os livrasse das mãos inimigas, todavia, sem consultar o Senhor. Resumindo, Israel foi derrotado e a arca do Senhor tomada. (1Sm 4.3;10-11). 

Deus é nossa única fonte de alimento, por isso é necessário que ele seja elevado como o único provedor de vida. Para tanto, coloquemos Ele como centro de nossas vidas, que Ele nos ensinará como proceder de acordo com a Sua vontade. Sem o amor de Deus nós não poderíamos jamais viver mansos nos lugares mais agressivos. 

Como Jesus, é de total importância que saibamos nos comportar diante de palavras e atos agressivos alheios. Portanto, tenham calma, e procurem refletir sobre qualquer atitude que vocês vão tomar para que possam fazer com sabedoria. Sejam mansos e que o amor de Jesus Cristo flua em vossos corações e que aprendam administrar suas vidas sempre com sabedoria e mansidão, e sobretudo com amor! 

“Por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude,o conhecimento;com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio a perseverança, a piedade; com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor.” (2Pedro 1.5-6) 

Em amor, 

Letícia O. Souza