sábado, 22 de agosto de 2015

O que é a repreensão bíblica?


           


O ato de repreender significa admoestar, denunciar uma conduta errada ou chamar à correção. A repreensão tem lugar sempre que o cristão se desvia da verdade revelada na Palavra, sempre que a sua vida não se coaduna com a vontade do Senhor. Assim sendo, a quem cabe repreender? Será um dever a ser observado somente pelos líderes?






          A Bíblia Sagrada, no livro de Tiago 5:19-20, diz: "Meus irmãos, se algum entre vós se desviar da verdade e alguém o converter, sabei que aquele que converte um pecador do caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados", isto é, a repreensão cabe a todo cristão, a todo aquele zeloso dos ensinos de Jesus. E mais, repreensão está intimamente ligada ao amor, aquele que ama consequentemente repreende! Esquisito não?! Não! A Palavra de Deus é bem clara quanto a isto, "Porque o Senhor corrige a quem ama e açoita aquele a quem tem por filho" (Hb, 12:6); "O filho sábio ouve a instrução do pai, mas o escarnecedor não atende à repreensão" (Pv, 13:1). Veja, como podemos amar alguém se, ao vê-lo caminhar para o abismo, simplesmente nos omitimos? Que amor é esse que consente no pecado do outro mesmo sabendo que o salário do pecado é a morte? Isso não é amor, é omissão! “Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto” (Pv, 27:5) e “Filhinhos, não amemos de palavra e nem de língua, mas de fato e de verdade” (1 Jo, 3:18).


          Comumente confundimos as duas coisas, achamos que se uma pessoa nos ama ela deverá sempre apoiar nossas condutas, ainda que equivocadas, não devendo nunca discordar de nós, que amor implica em agradar sempre, nunca o contrário... Ilusão! Quem deu o maior exemplo de amor? Jesus Cristo! E o que ele fez com grande frequência em seu ministério? Ele repreendeu! Chamou os fariseus e mestres da lei à correção, admoestou seus discípulos e nunca foi omisso diante de qualquer ação contrária à vontade do Pai! Ele, o próprio Deus, não se omite diante de nossos pecados, antes repreende aquele que toma por filho! Por outro lado, é frequente ouvir a seguinte expressão (por parte daquele que não ama): "Se fulano está pecando não tenho nada com isso, não vou me meter na vida de ninguém, quem sou eu para julgar?".


          De fato, não sou eu quem julgo, a Palavra de Deus faz isso! "Não julgueis segundo a aparência, julgai segundo a reta justiça" (Jo, 7:24). Perceba: se alguém é chamado à correção não sou eu o parâmetro de santidade ou certeza, não sou eu o exemplo, não são minhas as regras, mas do Senhor! Trata-se, tão somente, de confrontar a Palavra de Deus com àquele que deve ser repreendido. De outra banda, se o meu irmão está pecando, em ação ou omissão, e eu tenho ciência de tal fato, mais do que a possibilidade de repreendê-lo, eu, como cristão, tenho o DEVER de fazê-lo! Caso contrário, estarei sendo cúmplice do pecado. “E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as” (Ef, 5:11).


          Se fomos chamados para viver em “Corpo” (1Co, 12), é óbvio que a vida do meu irmão é importante para mim, que as suas atitudes refletem, de forma positiva ou não, sobre todo o organismo do qual eu sou parte! O caminhar do meu irmão é do meu interesse sim! Essa preocupação e zelo mútuos são essenciais para que o Corpo se mantenha saudável! O problema é que gostamos de ser “agradáveis”, “queridos por todos”, “admirados por todos”, e o ato de repreender não é compatível com estes anseios! Aliás, o ser cristão não tem parte com esses desejos (Mt, 5:11-12). Firmadas tais verdades, é fato que o cristão genuíno, embora se entristeça, receberá a repreensão enquanto algo da parte do Senhor e envidará todos os esforços para abandonar o pecado e voltar-se para Deus. Correção é vida! É bálsamo para os ossos! “O caminho para a vida é de quem guarda o ensino, mas o que abandona a repreensão anda errado” (Pv, 10:17), “Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é estúpido” (Pv, 12:1). O ímpio e insensato, por outro lado, se revestirá de orgulho e não se dobrará diante da correção, antes se inflamará contra aquele que o repreende.


          Frise-se, você não é chamado para ser um censurador ou alguém que se coloca em posição de superioridade diante do que errou, não! Chamar alguém à correção requer, antes de tudo, amor! Exige que haja o desejo sincero de que aquele vacilante retorne à retidão do caminho! Isto posto, que estejamos dispostos a sucumbir o nosso eu para fazer a vontade de Deus, seja quando o Senhor exige de nós um ato de repreensão, seja quando somos alvos desta, entendendo, sobretudo, que Deus é glorificado em nós quando Sua palavra é executada!




Em amor,




Carol Montilari.

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