“Acautelai-vos. Se teu
irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por
sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo:
Estou arrependido, perdoa-lhe.” (Lucas 17:3, 4)
Perdoar
é uma atitude das mais sublimes, porém é uma das mais difíceis de exercer,
principalmente quando somos ofendidos pelos mais distantes do nosso rol de
relacionamentos. A falta de perdão tem sido uma tendência crescente na grande
maioria da humanidade, onde o ódio prevalece e o amor silencia, onde o rancor
consome e o perdão é esquecido. Entretanto, o verdadeiro cristão à luz da
Palavra de Deus, como no texto base, precisa primeiro ter cautela para não ser
ofensor e, quando ofendido, estar disposto a liberar perdão a todo aquele que
se mostra arrependido. Mas qual deve ser a atitude para com aquele que não se arrepende
e porque é tão importante praticar o perdão?
Primeiramente
é importante frisar que, embora o texto base fale sobre perdoar sete vezes no
dia, não há limite para o perdão. Cristo ao ser argumentado por Pedro sobre
quantas vezes é necessário perdoar aquele que cometer pecado contra ele,
responde: “não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete.” (Mateus
18:21, 22) É necessário que haja disposição para perdoar inúmeras vezes, sem
impor limite ao exercício do perdão, como muitas vezes fazemos com os
reincidentes. Não obstante, é necessário seguir o exemplo de Cristo, “sendo
benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros”, pois “assim como
Cristo vos perdoou, assim fazeis vós também”. (Efésio 4:32; Colossenses 3:13) A
prática do perdão é seguir os passos do nosso maior exemplo, Jesus Cristo!
A importância de liberar perdão é corroborada
por Cristo na oração do Pai Nosso, quando pedimos que as nossas dívidas sejam
perdoadas, assim como perdoamos a quem nos tem ofendido (Mateus 6:12), ou seja,
“se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos
perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco
vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.” (Mateus 6:14, 15) Conseguiram
perceber a gravidade de não liberar perdão ao próximo?! Como poderemos pedir
para que Deus perdoe os nossos pecados se nós não estamos dispostos a perdoar?!
A falta de perdão provoca a ira, a cólera e o
rancor, que são efeitos nocivos à vida física e espiritual do homem, enquanto
que o seu exercício é resultado de amor, benignidade e misericórdia para com os
outros. Pois se alguém disser que “ama a Deus, e odiar a seu irmão, é
mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, não pode amar a Deus, a quem
não vê”. (1 João 4:20) Portanto, só é possível amar nosso irmão se não tivermos
nada contra ele. Desta forma, como pode alguém amar a Deus se não consegue ao
menos liberar perdão ao seu irmão? Para isso é necessário primeiro reconciliar
com o nosso irmão para que possamos ofertar o nosso amor genuíno a Deus. Não só
o amor, mas qualquer que seja a nossa oferta a Deus só é possível se primeiro
houver reconciliação. (Mateus 5:24)
Perdoar não é se esquecer, mas é viver com a
lembrança sem sentir dor. É curar do mal que corrói as emoções e que destrói a
alma. É reconhecer a importância de seguir os passos de Cristo. É reconciliar
com o próximo, mas também é reconciliar com Deus.
Siga o exemplo de Cristo! Seja qual for a
ofensa, não hesite em liberar perdão. Vá até o seu irmão e reconcilie com ele.
Peça a Deus para que possas agir com sabedoria, compartilhando do amor
insondável de Cristo, pois amados, “se Deus de tal maneira nos amou, devemos
nós também amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos
outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado.” (1 João
4:11, 12)
Rodolpho Soares
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