2 Timóteo 2.2: “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros”.
O tema abordado é de uma singularidade sem par. Na crise existencial que vive o puro e genuíno evangelho, o dever de discipular e transmitir os ensinos bíblicos torna-se demasiadamente negligenciado em nossas igrejas; a escassez de bons exemplos torna-se evidenciado ao passo que negligenciamos essa missão a nós outorgada. Quando o dever de discípular não é exercido esquecemos que isso também faz parte de uma grande comissão: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações” (Mateus 28.19).
Na epístola em questão vê-se que Paulo, já sabendo que seria martirizado, se preocupa em exortar o jovem pastor da igreja de Éfeso a manter-se fiel ao testemunho de Cristo e ao do Apóstolo. O jovem Timóteo, por sua vez, passava por uma crise ferrenha em seu ministério, todavia, as lições e ensinos emanados pelo seu “pai na fé” eram mais ardorosos do que qualquer perseguição ou dificuldade encontrada por Timóteo. “Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa das aflições do evangelho segundo o poder de Deus”, 2 Tm 1:8”.
Em Lucas 14:26-33 nos é narrada a história de um jovem que possuía um coração desejoso em seguir a Cristo, mas esse jovem esbarrou em um puro e sublime sentimento: os laços familiares. Esse jovem judeu que almejava seguir a Cristo, à primeira vista não desejava nada de errado; a questão é que Jesus não procura seguidores, Jesus procura discípulos e o verdadeiro discípulo é aquela pessoa disposta a carregar a Cruz que Cristo carregou. O “negar-se a si mesmo” é uma prática constante na vida do discípulo. Se você que lê essa texto não se acha capaz de renunciar algo em prol do evangelho, você é seguidor e não discípulo.
O propósito pelo qual Cristo nos chamou para sermos discípulos é para que nós também viéssemos a dar frutos: “e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” (João 15.16b). Vê-se que o laço de união que aproxima o discípulo ao discipulador não é meramente sentimental, mas ambos tencionam um propósito magnífico de glorificar o Reino de Deus.
“Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência,” (2 Tm3.10). Voltemos a discutir a carta proposta: percebe-se que o viver de forma piedosa e íntegra diante de Deus é um requisito para que um discipulador forme um bom discípulo. Desse trecho também se obtêm a seguinte conclusão: Se nós que vivemos de forma digna diante do Senhor não formarmos discípulos, quem formará?
Deve-se entender que no texto acima citado em Mateus 28.19, Jesus coloca em pé de igualdade duas missões: a primeira, ganhar o mundo; a segunda, abastecer a igreja e as posteriores gerações formando discípulos. Desejo a todos os leitores que amem a sua igreja e o Reino de Deus, que vivam de forma digna e piedosa e que tenham fervor em oração e doutrina para que um dia você possa dizer ao seu discípulo “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” ( 2 Timóteo 2.2).
Em amor,
Gustavo Guedes
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