Às vezes
tenho a impressão de que esquecemos que um dia morreremos. Nossas agendas são
lotadas. Todo o nosso tempo é devidamente preenchido de obrigações e mais
obrigações. Levantamo-nos, não raramente, atrasados e com o sentimento de que as
24 horas do nosso dia não serão suficientes para cumprir as nossas
responsabilidades. Dirigimo-nos aos nossos compromissos já preocupados com a
próxima atividade a ser realizada. O relógio e a ansiedade nos controlam, em
discordância das palavras do Senhor Jesus em Mateus 6.25: “não estejais
ansiosos (...)”.
Estamos tão
envolvidos com as ilusões desta vida, que não nos damos conta que já se
passaram muitos anos do nosso novo nascimento e continuamos “crianças
espirituais” (Hb.5.11-14). Há ainda alguns que leem este texto, que nem mesmo
podem ser chamados de espirituais, vez que não foram resgatados da “vã maneira
de viver” (1 Pe 1.18) e permanecem homens naturais (1 Co. 2.14 )).
A verdade é
que nossos dias têm passado. A semana termina e não percebemos. Parece que
ontem iniciávamos 2015, e eis nos aqui, nos preparando para 2016 (“Se o Senhor
quiser (...)” - Tiago 4.13.15). A cada passo nos aproximamos da eternidade e é
perceptível que poucas pessoas têm dado verdadeira importância a isso - os que
não creem, porque estão cegos para a visão do que é eterno e os que creem,
porque estão embaraçados buscando conquistar o que é transitório.
Sei que o
conceito de eternidade é complexo para nós que somos a cada segundo regidos
pelo tempo. Todavia, se não nos esforçarmos para compreendermos a nossa
existência sob a ótica do eterno, não saberemos diariamente fazer as escolhas
corretas.
A Bíblia nos
compara a “relva que murcha”, as “flores do campo que caem” (Isaias 40.7-8), a “neblina
que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa” (Tg. 4.14) e mesmo assim
não assimilamos quanta realidade existe nestes versículos.
O seu tempo
tem fluído entre os dedos. Você tenta segurá-lo, mas ele se vai, levando consigo
sua juventude, sua força, seus sonhos. Sua vida gira em torno de bens, títulos
e de você mesmo (se parar para pensar no que lhe preocupa neste momento, verá
que tenho razão e que o seu anseio pouco tem a ver com o Reino dos Céus).
A fim de descansar do serviço, você decide
gastar seu precioso e finito tempo em conversas desnecessárias e superficiais
no WhatsApp, fazendo postagens no facebook ou outra rede social para atrair seguidores,
curtidas e comentários que alimentam o seu ego, construindo ídolos e edificando
castelos sobre a areia(que ruirão!!!), tão qual o homem insensato de Mt. 7.26.
A despeito da
rotina de trabalho, crentes e incrédulos nunca se entretiveram tanto. Jogos,
festas, filmes, novelas, relacionamentos precoces, pregações na Web (com
heresias que vão de teologia da prosperidade à liberal) entorpecem os homens em
detrimento da realidade espiritual.
Deixe-me
demonstrar a minha afirmação com uma pergunta: o que você aprendeu acerca de
Deus nesta manhã ao meditar na Palavra do Senhor (ou você “não teve tempo” para
isso)?. Agora, de forma sincera, compare o conhecimento espiritual adquirido
neste dia com a quantidade de informações vazias de qualquer valor eterno que
você absorveu e o tempo gasto nas diversas formas de entretenimento da qual fez
uso nas últimas horas. Deixarei que você mesmo conclua como tem sido insensato
ao gastar o tempo que lhe foi entregue.
Precisamos
remir o tempo, “porque os dias são maus” (Ef. 5.16). Use-o de modo agradável a
Deus, a fim de que quando se aproximar o tempo de sua partida para a
eternidade, você possa assim como o apóstolo Paulo - para quem o morrer era
lucro (Fp. 1.21)- testemunhar “combati o bom combate, completei a carreira
(...)” 2Tm. 4.7.
A exemplo do
salmista, ore ao Senhor para que você entenda sua mortalidade, sua finitude, e
alcance sabedoria para dedicar seus “setenta, ou oitenta” anos ao Senhor, pois
se “a vida passa depressa, e nós voamos!”(Sl. 90.10), você precisa ter a
certeza EM CRISTO de onde estará (desfrutando da graça ou sofrendo o “fogo que
nunca se apaga” (Mc. 9.45-46)) na eternidade.
Lute contra
as distrações que lhe subtraem o tempo e lhe distanciam de verdades eternas,
como a realidade do inferno, a natureza do pecado e impossibilidade do homem
salvar a si mesmo, tão combatidas e hostilizadas em nossos dias.
Se você não
tem comido “o pão da preguiça” (Pv. 31.27), nem assumido maiores
responsabilidades do que pode arcar, o seu tempo será suficiente para
cumprir os propósitos do Senhor para o seu dia. No entanto, lembre-se que Ele
não lhe deu tempo adicional para cumprir os propósitos do mundo, do inimigo e
de sua carne. Então, se a sua falta de tempo tem impedido você de adorar a
Deus, você terá que fazer renúncias.
Em nome de
Jesus, escute-me: Você irá morrer. Esta é uma realidade iminente, mesmo que
neste momento esta verdade pareça abstrata ou distante. Assim, analise o que
realmente na sua vida tem valor eterno e faça seu investimento, ajuntando “tesouros
no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam
nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso
coração.” Mt. 6.20-21.
Reflita sobre
a brevidade de sua vida. Alcance sabedoria. Viva para o que é eterno, de modo a
não se arrepender, porque em um “abrir e fechar de olhos, a última trombeta
soará.” (1Co.15.52).
Graça e paz,
Rose Oliveira
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