sexta-feira, 6 de maio de 2016

"(...) saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo (...)"




Queria conversar com os irmãos hoje sobre vigilância, pecado, arrependimento e perdão.

Não foi somente Caim que herdou a natureza adâmica do pai. Somos humanos e assim como ele passíveis de pecar contra o nosso Criador. E muitas vezes somos muito eficientes nisso.

Em Gn. 4.1-16 a Bíblia nos traz alguns fatos e um interessante diálogo entre Caim e o Senhor, que tem muito a nos ensinar (alertar). Transcreverei os versículos e à medida que avançamos no texto farei algumas pontuações:

1 Adão teve relações com Eva, sua mulher, e ela engravidou e deu à luz Caim. Disse ela: "Com o auxílio do Senhor tive um filho homem". 2 Voltou a dar à luz, desta vez a Abel, irmão dele. Abel tornou-se pastor de ovelhas, e Caim, agricultor. 3 Passado algum tempo, Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. 4 Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho. O Senhor aceitou com agrado Abel e sua oferta, 5 mas não aceitou Caim e sua oferta.

Vemos que os dois trouxeram ofertas. Um agradou; o outro, não. O fato de eu e você estarmos ofertando algo ao Senhor, não implica necessariamente em Ele agradar-se. Talvez Deus esteja se agradando tanto do nosso culto quanto dos Israelitas a quem se dirigiu dizendo “Parem de trazer ofertas inúteis! O incenso de vocês é repugnante para mim. Luas novas, sábados e reuniões! Não consigo suportar suas assembleias cheias de iniquidade. Suas festas da lua nova e suas festas fixas, eu as odeio. Tornaram-se um fardo para mim; não as suporto mais!”Is.1.13-14). Cuidemos de realizar um culto racional e sincero ao Senhor de céus e terra.  

O texto continua:

Por isso Caim se enfureceu e o seu rosto se transtornou. 6 O Senhor disse a Caim: "Por que você está furioso? Por que se transtornou o seu rosto? 7 Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo".

Deus o advertiu. Ou você domina o pecado ou ele lhe domina. Caim estava decidido. Tão determinado estava em praticar o que intentava em seu coração que não deu ouvidos a orientação do Senhor. Em tantos momentos essa advertência de Deus caberia facilmente em um contexto em que o ouvinte fosse eu ou você.

Prosseguindo nas sagradas letras:

8 Disse, porém, Caim a seu irmão Abel: "Vamos para o campo". Quando estavam lá, Caim atacou seu irmão Abel e o matou.

Em Dn. 1.8, vemos um jovem decidir firmemente algo em seu coração. Em Gn. 4.8, a decisão também já havia sido feita no coração de Caim. Ele somente levou a efeito o homicídio que já tinha praticado na sua mente. É aí que se dá a batalha. Em determinadas situações, não importa o quanto Deus nos advirta através de sua Palavra, o quanto ele usa irmãos para nos tentar parar, o quanto ele nos dê escape, tão somente o tratamos com desprezo e decidimos agir de acordo com nossos maus desejos e ofertar um belo banquete a nossa carne. Quando decidimos pecar em nossos corações, parece que já não lembramos que o Pai que nos ama é um Deus Santo que tudo observa. Ouvi uma missionária perguntar certa vez, “o que é tão bom que justifique ‘escantear’ Deus da sua vida?”. Respondamos para nós mesmos que prática pecaminosa é mais desejável e valiosa para nós do que o nosso Deus.

Continuemos o texto:

 9 Então o Senhor perguntou a Caim: "Onde está seu irmão Abel?"

O Senhor o advertiu, e em sua onipresença e onisciência viu o homicídio ocorrer, mesmo assim deu uma oportunidade a Caim para que ele confessasse o seu pecado. Ele a jogou fora, respondendo a inquirição com mentira e desrespeito: "Não sei; sou eu o responsável por meu irmão?" Respondeu ele.

Como não poderia deixar de ser, chega à consequência do pecado:

10 Disse o Senhor: "O que foi que você fez? Escute! Da terra o sangue do seu irmão está clamando. 11 Agora amaldiçoado é você pela terra, que abriu a boca para receber da sua mão o sangue do seu irmão. 12 Quando você cultivar a terra, esta não lhe dará mais da sua força. Você será um fugitivo errante pelo mundo".

Para muitos hoje a consequência do pecado é uma gravidez indesejada que destrói ministérios, um adultério que devasta o casamento, prisão, dívidas, doenças, abandono, e para os que realmente se arrependem, o saldo é acompanhado de lágrimas e do profundo desejo de ter escutado a advertência do Senhor anteriormente.

Todavia com Caim, vemos que não houve arrependimento:

13 Disse Caim ao Senhor: "Meu castigo é maior do que posso suportar. 14 Hoje me expulsas desta terra, e terei que me esconder da tua face; serei um fugitivo errante pelo mundo, e qualquer que me encontrar me matará".

Fica evidente que de fato ele não gostaria de ter recebido o castigo que recebeu, mas não demonstrou nenhuma tristeza pelo pecado cometido. Antes, só não queria ter seu ato regido pela lei da semeadura (Gl. 6.7b (...)” Pois o que o homem semear, isso também colherá.”). É como se ele dissesse: “Não estou arrependido, mas não quero sofrer as consequências de meu pecado”.

 15 Mas o Senhor lhe respondeu: "Não será assim; se alguém matar Caim, sofrerá sete vezes a vingança". E o Senhor colocou em Caim um sinal, para que ninguém que viesse a encontrá-lo o matasse. 16 Então Caim afastou-se da presença do Senhor e foi viver na terra de Node, a leste do Éden.

Por fim, vemos que mesmo depois de tudo, Deus cuidou para que ninguém matasse Caim, nos lembrando que ele não aprova a nossa vingança.  (Rm. 12. 19 Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: "Minha é a vingança; eu retribuirei", diz o Senhor.)

O afastar-se da presença do Senhor vivido por Caim nos demonstra o alto e doloroso preço que pagamos quando cometemos pecados.

Outro personagem que conhecermos bem, também ouviu uma advertência. Em Mt. 26. 34, Jesus diz a Pedro “Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás.”. O discípulo, no versículo 35 responde: “Ainda que me seja mister morrer contigo, não te negarei. “

A história continua, e após o cantar do galo, nos é quase audível o choro de Pedro pela “queda” que acabara de sofrer.

Muitas vezes sentimos tristeza profunda e/ou raiva de nossos atos quando deliberadamente pecamos contra o Senhor. Isso é um bom sinal, quando vem acompanhado de arrependimento, porque a este segue o perdão que alcançamos através do sacrifício de Cristo. O problema é quando não há arrependimento, quando o nosso coração encontra-se endurecido, tantas vezes já cauterizado pelo anseio do pecado ou pela reincidência em fazê-lo.

Vi, estes dias, em uma igreja que visitei, um casal pedindo perdão pelo cometimento de pecado. No choro deles, uma mistura de arrependimento, vergonha e dor. Quando vemos alguém sofrendo por causa de seu pecado, refletimos sobre os nossos. Na ocasião, lembrei-me de 1 Co. 10.12 “Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia!” e da necessidade que temos de “vigiar” para que não caiamos.

Em Mt. 26. 41, Jesus afirma “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” Somos todos iguais. Não há crentes imunes a queda. Se a nossa fraqueza não for levada a Deus, e não nos levar a Ele, com certeza ela nos levará a sentir na pele amostras do “lamaçal” do qual Deus nos tirou.

Fuja do pecado – não o esconda, não o trate com superficialidade, todavia não fuja das consequências dele – atribuindo-a a outros ou desprezando a disciplina do Senhor.

Aquele que está no erro e tem fechado os ouvidos a voz dos céus, analise Pv. 28. 13-14 “Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia.”;  Pv. 29.1 “Quem insiste no erro depois de muita repreensão, será destruído, sem aviso e irremediavelmente”; Tg. 5.16 “Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz; Sl. 32. 3-4.9 “Enquanto escondi os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer. Pois de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; minha força foi se esgotando como em tempo de seca(...) Não sejam como o cavalo ou o burro, que não têm entendimento mas precisam ser controlados com freios e rédeas, caso contrário não obedecem.”

Aos que estão sofrendo a disciplina do Senhor, reflita sobre Pv. 3.11-12 “Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, assim como o pai faz ao filho de quem deseja o bem.”

Aos que se arrependeram verdadeiramente, descansem na promessa descrita em Isaias 1.18 "Venham, vamos refletir juntos", diz o Senhor. "Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como a lã se tornarão.”

Tiago afirma no cap. 1.14-15 “Cada um, porém, é tentado pela própria cobiça, sendo por esta arrastado e seduzido. Então a cobiça, tendo engravidado, dá à luz o pecado; e o pecado, após ter-se consumado, gera a morte.” Não espere que na sua vida este ciclo chegue ao fim. Destrua-o, antes dele destruir sua comunhão com Deus.

Não caminhe até a beira do abismo, achando que você não vai cair. Lembre-se não vale a pena correr o risco de sentir o que Davi sentiu: “Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado sempre me persegue.” Sl 51.3. O Pai perdoa, mas as consequências de nosso pecado são extremamente danosas a nós e aos que nos rodeiam.

Nós não temos que cair para saber que a queda machuca. Paremos enquanto podemos, porque “Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados!”( Sl 32.1), sabendo que isto custou a morte do Filho de Deus, o nosso Senhor e Salvador, consoante o sacrifício de Abel, irmão de Caim, já apontava.





sábado, 2 de abril de 2016

PORQUE O HOMEM TEM CORAGEM DE TIRAR A VIDA DO SEU SEMELHANTE?







“E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará”.

Mateus 24:12


Embora essa pergunta, complexa a todos nós, soe com um tom robusto, varonil, é necessário tentar entender e definir essa “coragem” do homem de cometer um ato perverso, um crime contra o seu semelhante, um pecado contra Deus! Iniquidade é tudo isso. É uma transgressão que afeta e destrói a regra de boa convivência entre as pessoas e compromete consequentemente o seu pior destino, a morte. A seguir você lerá uma história verídica em que os personagens (não identificados) encenam uma situação embaraçosa e que nos provoca a refletir sobre a nossa conduta enquanto homens e mulheres de bem, cidadãos pacíficos, cristãos verdadeiros. Sou agente de combate às endemias e essa narrativa é baseada em um de meus escritos em dias de trabalho sobre as regiões rurais do município de Sumé-PB. 

“No sítio chamado Volta um homem alto, magro, de olhos verdes claros e um olhar sereno, de aparentemente 50 anos nos recebeu de forma hospitaleira em sua casa e nos convidou para tomar café. Nos fundos da casa estava sua mulher, uma filha pequena, uma senhora e um rapaz. Enquanto a simpática senhora servia o café gentilmente, o homem demonstrou interesse sobre política, começou a conversar e sentou-se sorridente e entusiasmado na expectativa de ouvir nossa opinião a respeito do assunto. A conversa se alongou e como dizem por aqui “uma conversa chama outra” entramos em outros assuntos e as gargalhadas logo começaram até que o motorista que nos acompanhava perguntou por alguém a quem o homem não tinha o mínimo de simpatia. Tratava-se de um homem, “folgado” e arrogante. O dito cujo foi apresentado como um monstro intransigente. A cena contada pelo senhor se passava em um salão de cabeleireiro. Ele conta que simplesmente o homem de quem falara, propositalmente e sem razão alguma, o agrediu verbalmente dizendo: você é babão! O termo não tem ligação alguma com o verbo babar. No nosso vocabulário babão significa puxa-saco, adulador, lambe-botas. Foi assim que o homem o tratou no período em que ocorriam as eleições municipais. O proprietário da casa estava sentado na cadeira do cabeleireiro quando ouviu o insulto e de prontidão ficou irado com aquela atitude diante de tantas pessoas que ali estavam. Sentiu-se constrangido, envergonhado. Ambos trocavam farpas, falavam palavrões em alta voz e usavam termos pejorativos para ferir um ao outro. Enquanto isso acontecia, não sabia o homem que o sobrinho do senhor, um rapazinho magro e alto, de uma mão de gigante, estava por trás dele esperando uma reação do tio para dar o primeiro tapa e entrar na briga. Em meio aquela algazarra o homem ficava cada vez mais alterado. Então, o senhor observou pelo espelho que o agressor estava empunhando uma faca. De imediato tomou uma tesoura de cima da penteadeira e o desafiou dizendo: venha, que eu te enfio essa tesoura! Depois de ouvir tantas outras declarações, frases e expressões odiosas, o homem com que conversávamos, frente a frente, chegou a afirmar com “sangue nos olhos” que se tivesse posse de uma arma na mão, teria deixado aquele homem selvagem sentado lá, diz ele: no seu devido lugar, morto!”

Certamente essa é uma história muito forte e assombrosa, porém verdadeira. Pode ser que você se identifique com ela porque aconteceu algo parecido. Sempre buscamos ficar atentos a tudo e evitar confusão, não é mesmo? No entanto, convém refletirmos a cerca de alguns questionamentos. Pois, em nossa vida sempre nos deparamos com situações perigosas, delicadas, exóticas, agradáveis e como essa também, desagradáveis. Como agir diante de tais situações? Qual deveria ser a atitude do homem que insultou o dono da casa? Qual deveria ser a reação deste? E do seu sobrinho e demais espectadores? Como esse conflito pode ser resolvido?


Jesus nos ensinou a amar uns aos outros e ser compassivos. Isso implica respeitar o outro, entender o outro, se colocar no lugar do outro. É verdade que vivemos entre pessoas egoístas, maliciosas, hipócritas, maldosas e da mais vil natureza que se possa imaginar. Dentre essas características, há sempre aquela que consideramos inadmissíveis, intoleráveis, dignas de reprovação total. Mas, há também pessoas de bom senso, compreensivas, tolerantes, amáveis, etc. Aquelas que mudam seu semblante com uma simples palavra. Daí você se pergunta: E se um dia eu vier a ser uma vítima também? Faria o mesmo como esse senhor, confrontaria, revidaria e me decidia a matar! Ou seguia os ensinamentos de Jesus? Que é paciente, manso, pacífico...? Pois é, você se sente em um fogo cruzado. E eu te entendo mesmo não sendo espectador daquela cena de terror, só de ouvir aquele desabafo senti a garganta presa e o coração apertado. Mas no íntimo da alma me lembrei do conselho de Jesus: "Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. Mateus 11:29,30. 

Em meio a tanta violência, fúria e insensibilidade entre as pessoas, será que se você tomasse o conselho desse senhor teria descanso na alma? Mesmo que descarregasse todo o seu sentimento de vingança não teria paz interior. Sua consciência o perturbaria. Perceba que Jesus enfatiza: o meu jugo (nossa sujeição a Ele) é suave, o meu fardo, leve. Já imaginou você sair dessa confusão com a alma descansada, sem culpa, sem sentimento de ódio nem rancor? Quão bom é viver em paz e harmonia. Perdoar e ser perdoado. Ao lado de Jesus tudo isso é possível! Quanto aos demais casos não respondidos pela ordem, a resposta bíblica é: “O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros". Romanos 12:9,10. 

Amor fraternal é amor entre irmãos. Naturalmente o nosso semelhante e não necessariamente irmãos consanguíneos. Amar o próximo, o estrangeiro, o desconhecido. Não adianta fingir amar alguém através de palavras senão atitudes que demonstrem sentimentos. As pessoas tem necessidade de perceber um sinal. Ou seja, um abraço, um carinho, um gesto amigável, um conselho. O que significa honrar alguém? Significa demonstrar consideração especial, valorizar, dar respeito não apenas pelo mérito, mas pela posição.


A inclinação da natureza humana é mal. O homem que tem coragem de tirar a vida do seu semelhante está cego espiritualmente, distante de Deus, a sua iniquidade não lhe permite entender o sentimento de compaixão, não está preparado nem disposto a compreender o outro. Contudo, Jesus nos ensina a amar, ter paz, equilíbrio e temperança para vencer os possíveis impasses dessa vida e nos tornarmos pessoas melhores a cada dia. Não deixe o seu amor se esfriar, contagie esse amor de Jesus e não permita que a iniquidade se multiplique mais e mais.


Ígor Queiroz




terça-feira, 29 de março de 2016

O plano de Deus para a mulher casada


“Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos, serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada”. (Tito, 2:3-5)

A igreja de Cristo no presente século é alvo das mais diversas filosofias, padrões e valores mundanos. Nunca se viu uma igreja tão conforme aos ditames das novelas, da indústria cinematográfica, da programação televisiva e da cultura atual. Por vezes não conseguimos identificar diferença, distinção, separação ou peculiaridade cristã entre os crentes. A mulher, como não podia ser diferente, tem moldado a sua mente, modo de viver, de falar, de vestir-se, de criar filhos e de tratar o marido segundo os padrões impostos pelo mundo, embebido pelos ideais feministas. Desde cedo a menina aprende que deve ser independente emocional e financeiramente, dedicar-se a uma carreira de sucesso e afastar-se ao máximo do modelo feminino doméstico. O feminismo, muito embora tenha sido iniciado em torno de reivindicações legítimas, como a equiparação salarial entre homens e mulheres, o direito feminino ao voto e etc, passou a atacar os papéis distribuídos por Deus ao homem e à mulher no seio da família, imputando ao modelo bíblico de mulher casada as máculas da vergonha e do ultraje. Dado o plano de Deus para a mulher casada, o feminismo titula a bíblia de machista e patriarcal, fazendo da mulher um “super homem”, aquela que faz filhos e os cria sozinha, que trabalha o dia inteiro e delega suas atividades às empregadas e babás, que mantém a aparência e o corpo em dia, que assume todas as áreas de sua vida e no final declara: eu não preciso de homem! Diante desse contexto e o modo como tem invadido as mentes e a igreja de Cristo neste século, é preciso anunciar: o plano de Deus para a mulher casada continua válido e gratificante! Vamos lá, quero te fazer um convite, despoje-se agora de todo o conceito de mulher casada que você tem em mente, peça a Deus disposição de coração e graça para aceitar Seu maravilhoso plano com alegria e gratidão, entendendo que você somente será feliz e realizada no centro da vontade de Deus e segundo Seus padrões. O propósito do Senhor para a mulher casada pode ser resumido em única palavra: CUIDAR. Deus fez homens e mulheres diferentes, e por essa razão deu a cada um papéis distintos, não pode o homem achar que será bem-sucedido em cumprir um papel feminino ou vice-versa. Deus fez homem e mulher com características diferentes, aptos, portanto, a cumprirem com Seus ideais. À mulher, diz Deus em Sua palavra, é cabível o papel de auxiliadora do marido, respeitadora, bondosa e submissa, como ao Senhor. Perceba, “as mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor” (Ef, 5:22). Não será possível submeter-se à liderança de seu marido se você não é submissa a Cristo, primeiramente cabe à mulher ser submissa a Cristo em tudo, somente assim poderá submeter-se ao seu marido. Falar de submissão nos tempos atuais é ser chamada de extraterrestre, mas a Palavra de Deus esclarece que esta submissão não tem parte com escravidão, humilhação ou depreciação, pelo contrário, a dádiva da submissão bíblica informa uma mulher que entende ser o seu marido o líder do lar e seu cabeça, alguém que o respeita como dirigente da família e o auxilia na sua importante missão. A mulher submissa entende que deve fornecer condições ao marido de conduzir o lar à luz da Palavra de Deus. Se o seu esposo for descrente, a regra não muda, a submissão continua sendo exigida (I Co 7:13-14 e I Pe, 3). A cristã submissa cuida de seu marido, fazendo-lhe o bem todos os dias da sua vida. O cuidar da casa e dos filhos, estes na ausência do homem, nada mais são que tornar possível o ministério masculino de provisão do lar e sacerdócio de seus entes. Você não vai encontrar na bíblia qualquer incentivo à carreira profissional feminina fora do lar, delegação de tarefas e criação de filhos, mas vai se fartar de prescrições divinas sobre a necessidade da mulher casada ser respeitadora do marido, casta, mansa, honesta e boa dona de casa. Não acredito que haja proibição bíblica ao trabalho feminino secular, mas a prioridade da mulher casada encontra-se muito bem assinalada: SUA FAMÍLIA. Se seu trabalho não lhe permite cuidar de seu marido, de seus filhos e de sua casa, cuidado, sua prioridade está sendo preterida, você está pecando! De que vale, mulher casada, ganhar o mundo inteiro e perder seu marido? Conquistar títulos, posições e independência e ver seus filhos longe de Deus? Moldar-se ao padrão mundano de mulher e pecar contra o Senhor? Cuidar de seu marido, de seus filhos e de seu lar, longe de ser algo ofensivo, é algo sublime, maravilhoso, um verdadeiro presente de Deus. Servir à sua família é uma dádiva, um privilégio. Enxergue sua família como seu maior ministério, olhe para o seu marido e filhos e entenda: Deus me deu essas pessoas para que eu cuidasse delas. Seja cozinhando, seja lavando, passando, limpando, orientando, amando, se doando... Eu farei cada coisa dessas como se estivesse fazendo diretamente para o Senhor e dessa forma O glorificarei (“Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” I Co,10:31). Resistir ao plano de Deus é entregar-se à dor, abraçá-lo e praticá-lo é como bálsamo, motivo de realização e paz para o obediente. Mulher casada, a você foi dada uma honrosa incumbência, sinta-se agraciada!


Em temor,

Carol Montilari.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Deus quer apenas o meu coração! Será?



Em tempos em que se prega um evangelho subjetivo e relativista, é comum ouvirmos a seguinte frase: “Deus quer apenas o meu coração”. Seu significado impõe que o único interesse de Deus em relação ao homem é aquilo que está no seu íntimo, no seu “coração”. É como se a pessoa estivesse dizendo que Deus não se importa com sua vida, seus atos, seus pecados, com o que faz ou deixa de fazer, Ele atenta, tão somente, para as suas intenções. E, frise-se, alguém que se habilita a crer nesta afirmação, acredita realmente que o conteúdo de seu coração é digno de ser apresentado perante Deus. Mas o que está em seu coração?

À luz da bíblia, nada mais há no coração humano senão maldade (Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Jeremias 17:9). Vejamos Mateus15:19 “[...] porque do coração é que procedem os maus intentos, homicídios, adultérios, imoralidades, roubos, falsos testemunhos, calúnias, blasfêmias.” Observe que o texto aponta para o coração como sendo a fonte dos pecados. Dizer que Deus quer apenas o coração, amparado em suas “boas intenções” é desconhecer a podridão desse, ignorando que o Deus Onisciente conhece o conteúdo real do seu íntimo. Vejamos um exemplo em Mateus 5: 27,28: “ Ouvistes que foi dito: não cometerás adultério, Eu, porém, vos digo, que qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, em seu coração, já cometeu adultério com ela.” Perceba, mesmo que você não tenha se deitado com a mulher, se você a desejou no seu coração, já pecou.

O fato é que por trás da afirmação no título existe alguém que quer camuflar os seus pecados, numa tentativa vã de enganar os outros, a si mesmo e a Deus, crendo que seu coração é bom, digno de confiança e recheado de boas intenções. Que adianta a intenção de obedecer a Deus sem a obediência prática? De que vale a intenção de amar a Jesus e honrá-lO sem o amor e honra práticos? "Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha sua face no espelho e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo se esquece da sua aparência. Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer." (Tiago 1:23-25).

Ao apelarmos para as “boas intenções” de nossos corações corruptos, nos esquecemos que seremos julgados por um Deus Santo, Justo, que não tolera pecado, que sonda, conhece e esquadrinha nosso ser.  Alguém que faz uso da frase “Deus quer apenas o meu coração”, normalmente também se utiliza da “máxima”: “não me julgue, só quem pode me julgar é Deus”. Confortar-se nisto é desconhecer que o Santo Juiz vai além do que os olhos humanos podem enxergar e o julgamento dEle é muito mais temível que o dos homens, “ [...] o Senhor julgará o seu povo. Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo!” (Hb10: 30,31).

Deus quer apenas meu coração? Não, ele quer nossos membros, corpo, alma e vida completos, a fim de que tudo que façamos seja para Sua glória. No falar (quando não falamos palavras torpes; Efésios 4:29), no vestir (quando não nos vestimos de modo indecente ou ostensivo; 1 Timóteo 2:9), no tratar (quando tratamos bem nossa esposa; Efésios 5:25, filhos; Colossenses 3:21 e o próximo; Gálatas 5:14), no ensinar (quando disciplinamos nossos filhos Deuteronômio 6:6,7), por exemplo. “Os sacrifícios para Deus são o Espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” (Salmos 51: 17). Deus não despreza o coração quebrantado e contrito, isto é um coração arrependido, sofredor por causa do seu pecado cometido contra Deus.

Vale salientar, que o homem não é capaz de gerar em si mesmo um coração disposto a obedecer a Deus, pelo contrário, a bíblia diz que todos são maus, que não existe ninguém bom e que não há quem busque a Deus (Rm 3: 10-12). Mas veja quão lindas palavras Deus diz para nós em Ezequiel 36: 26, 27: “E vos darei um novo coração e derramarei um espírito novo dentro de cada um de vós; arrancarei de vós o coração de pedra e vos abençoarei com um coração de carne. Eis que depositarei o meu espírito no interior de cada pessoa e vos capacitarei para agires de acordo com as minhas leis e princípios; e assim obedecereis fielmente aos meus mandamentos!” Deus seja louvado!

Em amor,


Márcio Montilari.

segunda-feira, 21 de março de 2016

O difícil exercício do perdão



“E, quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial perdoe os seus pecados. Mas, se vocês não perdoarem, também o seu Pai que está nos céus não perdoará os seus pecados". (Marcos 11:25-26)

O tema abordado é de uma singularidade sem par, pois o mesmo expõe a tensão que existe entre o ser carnal e o ser espiritual, colocando e expondo as linhas de batalha que existem em nosso ser. O perdão é um exercício constante de fé, amor e compaixão, por isso que é tão difícil de ser exercido, devido a nossa fragilidade enquanto seres pecadores e por vezes incapazes de compreender os desígnios de Deus. 

Alguns tendem a pensar que sofrer afrontas ou ser por vezes injuriado é “coisa do inimigo”. Em algumas situações, me deparei com esse grande desafio de perdoar e/ou liberar perdão. Compreendi que o ato de liberar perdão é difícil porque mexe com os mais profundos sentimentos, é uma modificação abrupta de toda negativa que há dentro de nós, ou seja, o nosso senso de justiça, verdade, valores, anseios entre outros. Todos eles são afetados quando nos deparamos com essa real e imprescindível necessidade. 

Uma das lições mais importantes sobre o exercício de perdoar é igualar o placar; isso implica dizer que o perdão é tornar a relação entre ofensor e ofendido sem mancha, mágoa ou rancor, buscando assim restabelecer as bases do relacionamento no estado original. O mais comum é que nós venhamos a nos afastar uns dos outros, mas o verdadeiro cristão sempre tem o referencial de Cristo margeando e regendo todas as áreas da sua vida. 

Os nossos pecados ofendem constantemente a Cristo, com isso, temos a necessidade de sermos perdoados todos os dias. “Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou”. Colossenses 3:13 O perdão nos traz lições valiosas e é uma oportunidade que o próprio Deus nos oferece de salvaguardar a nossa fé e salvação. A necessidade de perdoar não é meramente sentimental, mas é salvífica, como menciona o texto de Marcos acima citado. 

O ato de perdoar e exercer constantemente essa ação demonstra uma testificação de que o Espírito Santo conduz as suas ações; é uma evidenciação de que o Criador rege a sua vida; é um testemunho de que o grandioso amor de Deus guia o seu coração. Quando olho a minha situação diante de Deus, eu entendo o quão é valioso liberar perdão. Compreendo o meu estado miserável diante de Cristo, sendo por vezes inimigo da cruz e perseguidor do evangelho. Contudo, mesmo sem dar nada em troca, Cristo assim o fez, se doando na cruz do calvário para pagar o preço do justo pelo injusto. 

Perdoar não é pedir nada em troca, perdoar é valorizar e vivenciar o grande ato de misericórdia de Deus em dar o seu Filho, para nos dar o perdão cabal por nossas afrontas e pecados. Que Cristo seja sempre o centro de nossas vidas! Que o difícil exercício do perdão venha sempre a ser posto em prática e que o grande amor de Deus seja derramado sobre nós. "Se o seu irmão pecar, repreenda-o e, se ele se arrepender, perdoe-lhe. Se pecar contra você sete vezes no dia, e sete vezes voltar a você e disser: 'Estou arrependido', perdoe-lhe". (Lucas 17:3-4)

Gustavo Guedes

quinta-feira, 17 de março de 2016

JOVENS NA JANELA




                                                                 
“[...] E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e prolongou a prática até à meia-noite.
E havia muitas luzes no cenáculo onde estavam juntos.
E, estando um certo jovem, por nome Eutico, assentado numa janela, caiu do terceiro andar, tomado de um sono profundo que lhe sobreveio durante o extenso discurso de Paulo; e foi levantado morto.” - (
Atos 20:7-9)
      
      Talvez, o livro de atos seja um dos livros menos lidos do novo testamento por parte dos denominados cristãos. Provavelmente, por ser um livro de alto teor histórico, com vários acontecimentos em pouco tempo, citação de muitas pessoas e diversas rotas de viagens, por isso, dificultando quem não tem tanta facilidade de entender bem este livro da escritura. O livro de atos dos apóstolos descreve o princípio da igreja de Cristo (Igreja primitiva=do início) e podemos ver na análise desses versículos citados acima, que desde aquele tempo existem problemas da igreja que são os mesmos até hoje.
    Paulo estava em lugar chamado Trôade (uma região da Turquia) e no domingo celebrou a ceia com a igreja daquele lugar. Enquanto Paulo pregava e todos estavam sentados dentro do cenáculo (um lugar que ficava acima de uma casa, onde se faziam as refeições), um jovem estava sentado na janela daquele recinto. Bem sabemos, que quem quer prestar um culto exclusivo a Deus não planeja dividir sua atenção. Provavelmente, este jovem chamado Eutico não quis sentar dentro do cenáculo por querer participar do culto e apreciar o lado de fora ao mesmo tempo. O que teria acontecido pra esse jovem ter cochilado de tal forma que o fizesse cair de um terceiro andar de uma construção? Bem, o jovem estava sentado na janela, um lugar que se podia ter uma dupla visão. A neurociência explica que a ausência de luz induz um hormônio do nosso corpo que avisa a nossa mente que ela precisa dormir. Mas o texto é claro em dizer que o cenáculo estava bem iluminado, com uma concentração de pessoas e com um homem de uma fala bem articulada, então, por que ele dormiu? O lado de fora estava escuro, e o escuro estimula o sono! Bem provável que existiam coisas na parte externa do cenáculo que estavam parecendo mais atrativas e interessantes para aquele jovem do que a palavra que Paulo expunha. Ficar em cima do muro, dividir prioridade, se distrair, não são coisas agradáveis a Deus. Tudo isso, em um breve momento, parece oferecer vantagem e maior satisfação que as coisas vindas do Criador. Mas sentar na janela é sinônimo de morte! O mundo externo a vontade de Deus ilude, dá uma falsa satisfação e oferece o sono da morte. O jovem caiu e morreu, porém, pela misericórdia de Deus, Paulo foi um instrumento para realização de um milagre.
        O que quis e quero mostrar nessa reflexão é que vida com Deus é sinônimo de integridade e entrega. Quando damos exclusividade para Deus não estamos apenas o glorificando como preservando a própria vida. A Bíblia diz que “existem caminhos que parecem de vida, mas que são de morte” – (Pv 16:15). Quer um conselho para sua vida? Nunca sente na janela.
                                                                                                                  Pela graça de Cristo,                                                                                                                                       Rafael S. Lima                                                                                                                                                          

quinta-feira, 10 de março de 2016

A BELEZA DO MAIOR CONTO DE FADAS DA HISTÓRIA





“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.” (Filipenses 2:5-11)

Contos de fada são narrativas em que aparecem seres encantados e elementos mágicos pertencentes a um mundo imaginário e maravilhoso, onde o herói ou heroína tem de enfrentar grandes obstáculos antes de vencer o mal. Há neles, também, uma ordem existente, ou seja, uma situação inicial; uma ordem perturbadora, quando a situação de equilíbrio inicial se desestabiliza, dando origem a uma série de conflitos que só se interrompem com o aparecimento de uma força maior. A seguir a ordem é restabelecida. Geralmente há personagens do bem e do mal, e a vitória, apesar do sofrimento, sempre é do personagem do bem.

Geralmente utilizamos a velha e usual sentença “isso é um conto de fadas” para nos referir a algo irreal, sem nenhuma conexão com a vida prática, uma ilusão, uma mentira. Porém, se analisarmos detalhadamente esse gênero podemos mudar nossa perspectiva.

J. R. R. Tolkien diz que um conto de fadas sempre tem um início feliz, um drama ou catástrofe no meio e um final feliz. Ressalta que um completo e verdadeiro conto de fadas não nega a existência do pesar e drama, mas que estes são necessários para a virada jubilosa e o consolo do final feliz. Nesse aspecto, o evangelho contém o conto de fadas do mundo real.

Como parte desse conto, o evangelho possui seu drama. Por meio de Adão, o pecado e a morte entraram no mundo (Romanos 5:12), e agora todos estão debaixo do pecado, “pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.” (Romanos 3:9-12) Todos pecaram e carecem da Glória de Deus (Romanos 3:23). Estávamos mortos em nossos delitos e pecados e éramos, por natureza, filhos da ira (Efésios 2:1,3).

O texto de filipenses citado no início mostra o que Cristo fez para que esse drama tivesse final feliz. Ele, sendo Deus, não considerou ter a mesma natureza que Deus como algo a se apegar egoisticamente, antes se fez carne e habitou entre nós (João 1:14). Tolkien diz que o nascimento de Cristo é a eucatástrofe (boa catástrofe) da história do homem. Boa porque somente pelo nascimento e morte de Cristo, o único justo e sem pecado, nós podíamos alcançar vida eterna. Catástrofe porque Jesus sendo Deus se humilha à posição de servo para redimir a humanidade.

Assim, ele Subiu na cruz e carregou nossos pecados para nos achegarmos a ele (1 Pedro 2:24,25), e ao terceiro dia ressuscitou para nossa justificação (Romanos 4:25). Por meio da encarnação, morte e ressurreição de Jesus temos acesso ao pai e vida eterna. Mediante a justiça de Cristo fomos feitos justiça de Deus (2 Coríntios 5:21). Que amor! Que graça! Somos considerados justos diante de Deus, mesmo não tendo justiça nenhuma em nós, pela fé naquele que tudo fez ao nosso favor, que nos veste com sua justiça e é nosso intercessor. Através de Cristo viveremos para sempre com Deus, desfrutando do seu amor e gozo infinitos na grandeza de sua Glória.

Quão belo e singular é o conto do evangelho! Ele não é belo simplesmente por ser uma “história bonita”. O evangelho vai muito além de mera atratividade ou simpatia. Ele é belo, sobretudo, por ser verdadeiro, bom e real. A beleza do evangelho se justifica exatamente por ele apontar a realidade, revelar a verdade e nos dá tudo aquilo que nosso ser mais necessita, a saber, o próprio Deus. É singular porque somente ele pode validar qualquer outro conto. Só existe realidade se for um reflexo do conto do amor do pai celeste. Só é verdadeiro se for proveniente daquilo que está no livro em que foi escrito esse conto, a bíblia. Olhe para este conto com alegria plena e indizível. Somente ele possui beleza e pode trazer felicidade, pois ele é verdadeiro, bom e real. Que o autor desse conto nos pegue pelo caminho e nos faça caminhar com Ele, para louvor do seu nome.

Em Cristo,

Jeffson veríssimo.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

CARONA PARA JESUS












Respondeu Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim”.
João 14:6


Já é chegada a hora de se despedir e a esposa diz com os olhos fitos no marido:
– Tchau querido! Vai com Deus...
Pé na estrada! O homem não responde e segue o seu caminho. O seu destino é certo e está cheio de disposição. Sol a pino e sentindo a vibração do motor, a cena rotineira se repete: verificar os pneus antes de sair, checar água, óleo e, cuidado com pessoas que pedem carona, os “chapas”. Não sei se o homem fala com Deus ou lança sua própria sorte à beira do caminho. Apenas observa o tráfego, buzina e acena para os amigos. Pelo retrovisor seus olhos se enchem de lágrimas e o seu coração revela que está apressado para voltar para o aconchego dos seus.
Imagine Jesus, um desconhecido (ou um chapa) no meio da estrada acenando com a mão, pedindo carona. Ele continua sendo filho de carpinteiro e suas vestes não são comuns aos dias atuais.
Mesmo sendo alguém insensível e ignorante o homem resolve ceder carona para o “andarilho”.
- Pode subir. Diz ele observando-o com estranheza.
 - Jesus com olhar terno de misericórdia pergunta: Para onde você vai meu filho?
- Vou tão longe que o senhor não pode imaginar. Qual é o seu destino e porque pede carona?
- Jesus não responde e afirma: Vamos em paz, eu conheço os seus caminhos.
- Então o senhor é vidente? Replica o homem com sarcasmo.
- Jesus responde com outra pergunta: O que você sabe a respeito do seu caminho?
O homem travou os braços no volante, ficou em silêncio por alguns minutos e resolveu responder a Jesus sem olhar ao lado do carona.
- Bem, eu sou um pobre caminhoneiro que trabalha duro para sustentar a família. Mas eu tenho muita fé e assim vou seguindo a minha vida porque quem sabe um dia eu me aposento e vou curtir a preguiça, ver os meus netinhos crescer, se formar...
- Jesus interrompe: Você é forte e determinado. Em quem você deposita a sua fé?
-  Eu fui ensinado pela minha vó a crer nos santos sabe...?
Jesus chama a atenção do homem para que sinta que quem está sentado ao seu lado não é um mero aventureiro sem rumo.
- O senhor é meio misterioso e por isso acredito que é um homem sábio.
Os dois continuam se conhecendo e conversando durante a viagem.O homem preserva-se curioso para saber mais a respeito de Jesus. E o Senhor Jesus, cujo atributo lhe é próprio, sonda e examina o homem enquanto pergunta e responde.
De repente o homem não se contém e faz uma pergunta direta:
- O que é a verdade?
A verdade fala com você, é ela que te guia e estará sempre ao seu lado. Responde Jesus radiante.
- Tudo o que o senhor falou eu sei que é certo. Mas aonde eu encontro ela?
- Você já a encontrou. Agora você precisa da vida.
- Espere aí, o senhor está me deixando confuso. Como assim, eu encontrei a verdade e agora eu preciso da vida? A verdade existe? O senhor já viu ela?
- Você a convidou para entrar.
O homem fica perplexo e anseia que Jesus explique melhor essa conversa que lhe é bizarra.
- O senhor conhece mesmo os meus caminhos. Mas não conhece a minha vida.
Jesus disse: 

''Eu te conheço. Eu sei quando você se levanta e quando você se deita. Eu conheço você no seu íntimo e eu te amo muito. Eu compreendo as suas alegrias, suas dores, falhas e frustrações, e ainda te amo e sempre vou te amar. Estou sempre na sua frente, atrás, e também ao seu lado, guiando você cada dia.
Não há lugar onde você possa fugir ou se esconder. A noite e o dia são a mesma coisa pra mim. Eu formei você exatamente como eu queria quando você ainda estava no ventre de sua mãe”.

          Depois de ouvir e chorar o homem abriu os olhos espirituais e percebeu que sua vida foi poderosamente transformada com aquelas palavras. E Jesus dizendo: Eu sou o caminho, a verdade e a vida, lhe deu o último conselho:
“Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos pros­perarão e você será bem-sucedido”.  Josué 1:8

          A vida na estrada é perigo constante e o caminhoneiro passa por inúmeras dificuldades em todos os aspectos: dificuldade financeira, vivendo longe da família, sob o risco de acidentes, assaltos e outras situações delicadas. Não é tão simples conduzir gratuitamente alguém em um veículo. Ainda mais quando não se conhece lugares ou pessoas. É comum as pessoas adotarem a carona solidária a fim de ajudar o outro, há porém outros casos em que os motoristas da vida preferem conduzir o volante sozinho, acelerar e seguir o seu próprio destino. A origem da palavra carona se dá através da expressão espanhola a la carona, que por sua vez remete ao latim caro "carne". A la carona se refere ao que está em contato com a carne. Andar de carona é, portanto, um corpo a corpo. Quem dá carona permite esse contato com outra pessoa.


         Portanto, dê carona para Jesus, convide-o para entrar na sua vida, permita andar na Sua companhia. Com Jesus não tem carga pesada. A viagem tem acostamento e sinalização. Estacione, descanse e desvie das curvas perigosas da vida conhecendo os Seus caminhos e a Sua verdade desfrutando a vida plena em Cristo Jesus!

"Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso.Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas.Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve". Mateus 11:28-30

Sola fide


Ígor Queiroz

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Quem é Jesus para você?





“Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do SENHOR? Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.
Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.” (
Isaías 53:1-3).
                A pergunta acima, vista de cara, parece ser fácil de ser respondida. Mas não é o que vimos ou ouvimos por aí. Dentro ou fora da igreja existem concepções distantes de quem realmente foi, é e sempre será Jesus Cristo. Gostaria aqui de derrubar mitos que são construídos acerca de Cristo em várias visões religiosas, inclusive e infelizmente, também no meio “evangélico”.
             Para o Islamismo, Cristo não possui divindade alguma, não levou sobre si os pecados daqueles que por Ele foram remidos e não passou além de ser um dos vários profetas bíblicos. Errado! Sabemos que Cristo é Deus (Isaías 9:6), que pagou os pecados dos Seus (Isaías 53.5) e possui o nome que está sobre qualquer outro (Filipenses 2.9). Para o Espiritismo, Jesus foi um modelo de ser humano perfeito que Deus enviou para nos espelharmos e que cumpriu a lei, contudo, é refutada nesta doutrina a divindade de Cristo e sua obra expiatória e ainda afirma ser a continuação das verdades que Cristo não mencionou, dizendo-se assim, como uma “terceira revelação” de Deus. No capítulo 14 do evangelho segundo João, Jesus diz ser A Verdade e isso é suficiente. A revelação de Deus é a bíblia; a bíblia diz que Jesus é a Palavra, logo, fora disso não há mais nada! Jesus é o centro, a revelação, todas as coisas passaram a existir por meio dele, diz Paulo na carta aos colossenses. Para o catolicismo romano, Cristo é o Filho de Deus, o próprio Deus, mas tem que “rachar” sua glória com outras divindades numa espécie de hierarquia que vai de veneração à adoração. O Senhor disse para Israel através de Isaías “[...] E a minha glória não a darei a outrem.” – (Isaías 48:11). A Deus toda Glória! A cultura católica/anglicana Europeia retratava (e isso dura até hoje) Jesus como um homem branco, de olhos azuis, cabelos ondulados dourados e boa aparência física; porém, observe o versículo que abre esse texto. Por fim, quem tem sido Cristo para a igreja evangélica (ou dita) brasileira? Infelizmente temos visto um Cristo que é feito de devedor, quando na verdade somos devedores (Rm 8:12). Quantos não têm determinado coisas em nome do soberano Deus? Quando na verdade é Ele Quem determina. Temos visto um Cristo que é deixado de lado por homens que se dizem apóstolos brilharem e serem idolatrados, endeusados, contando experiências mentirosas e malditas. Paulo, pecador como qualquer um, mas o mais evidente dos cristãos e apóstolo de verdade guardava segredo de experiências que tivera com Deus no temor de ser exaltado ou exaltar-se (2 Cor 12). No mundo temos vários falsos pastores e profetas que ensinam um povo sedento pelas coisas terrenas a exigir bens, como se tivessem sido feitas promessas desse tipo para ele. Jesus fez uma promessa e ela visava o desfrutar da presença do Pai: A vida eterna (1 Jo 2:25).

                Não sei qual sua crença, sua religião ou sua visão de Deus. Só quero te dizer uma coisa: O Jesus verdadeiro é o bíblico. Aquele que é descrito por homens inspirados por Deus e não por suas próprias intuições ou imaginações. Você pode até não conhecer Jesus, mas possa ser que você pense coisas sobre Ele que não são verdadeiras, que são engano. Convido você a conhecê-Lo e reconhecê-Lo. Medite na bíblia e fale com Deus em oração. E sempre esteja pronto para responder com certeza, alegria e fé essa pergunta: Quem é Jesus para você?
                                                                                                  Pela graça de Cristo, 
                                                                                                                                    Rafael S. Lima