“E, quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também o Pai celestial perdoe os seus pecados. Mas, se vocês não perdoarem, também o seu Pai que está nos céus não perdoará os seus pecados". (Marcos 11:25-26)
O tema abordado é de uma singularidade sem par, pois o mesmo expõe a tensão que existe entre o ser carnal e o ser espiritual, colocando e expondo as linhas de batalha que existem em nosso ser. O perdão é um exercício constante de fé, amor e compaixão, por isso que é tão difícil de ser exercido, devido a nossa fragilidade enquanto seres pecadores e por vezes incapazes de compreender os desígnios de Deus.
Alguns tendem a pensar que sofrer afrontas ou ser por vezes injuriado é “coisa do inimigo”. Em algumas situações, me deparei com esse grande desafio de perdoar e/ou liberar perdão. Compreendi que o ato de liberar perdão é difícil porque mexe com os mais profundos sentimentos, é uma modificação abrupta de toda negativa que há dentro de nós, ou seja, o nosso senso de justiça, verdade, valores, anseios entre outros. Todos eles são afetados quando nos deparamos com essa real e imprescindível necessidade.
Uma das lições mais importantes sobre o exercício de perdoar é igualar o placar; isso implica dizer que o perdão é tornar a relação entre ofensor e ofendido sem mancha, mágoa ou rancor, buscando assim restabelecer as bases do relacionamento no estado original. O mais comum é que nós venhamos a nos afastar uns dos outros, mas o verdadeiro cristão sempre tem o referencial de Cristo margeando e regendo todas as áreas da sua vida.
Os nossos pecados ofendem constantemente a Cristo, com isso, temos a necessidade de sermos perdoados todos os dias. “Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou”. Colossenses 3:13 O perdão nos traz lições valiosas e é uma oportunidade que o próprio Deus nos oferece de salvaguardar a nossa fé e salvação. A necessidade de perdoar não é meramente sentimental, mas é salvífica, como menciona o texto de Marcos acima citado.
O ato de perdoar e exercer constantemente essa ação demonstra uma testificação de que o Espírito Santo conduz as suas ações; é uma evidenciação de que o Criador rege a sua vida; é um testemunho de que o grandioso amor de Deus guia o seu coração. Quando olho a minha situação diante de Deus, eu entendo o quão é valioso liberar perdão. Compreendo o meu estado miserável diante de Cristo, sendo por vezes inimigo da cruz e perseguidor do evangelho. Contudo, mesmo sem dar nada em troca, Cristo assim o fez, se doando na cruz do calvário para pagar o preço do justo pelo injusto.
Perdoar não é pedir nada em troca, perdoar é valorizar e vivenciar o grande ato de misericórdia de Deus em dar o seu Filho, para nos dar o perdão cabal por nossas afrontas e pecados. Que Cristo seja sempre o centro de nossas vidas! Que o difícil exercício do perdão venha sempre a ser posto em prática e que o grande amor de Deus seja derramado sobre nós. "Se o seu irmão pecar, repreenda-o e, se ele se arrepender, perdoe-lhe. Se pecar contra você sete vezes no dia, e sete vezes voltar a você e disser: 'Estou arrependido', perdoe-lhe". (Lucas 17:3-4)
Gustavo Guedes
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