“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.” (Filipenses 2:5-11)
Contos de fada são narrativas em que aparecem seres encantados e elementos mágicos pertencentes a um mundo imaginário e maravilhoso, onde o herói ou heroína tem de enfrentar grandes obstáculos antes de vencer o mal. Há neles, também, uma ordem existente, ou seja, uma situação inicial; uma ordem perturbadora, quando a situação de equilíbrio inicial se desestabiliza, dando origem a uma série de conflitos que só se interrompem com o aparecimento de uma força maior. A seguir a ordem é restabelecida. Geralmente há personagens do bem e do mal, e a vitória, apesar do sofrimento, sempre é do personagem do bem.
Geralmente utilizamos a velha e usual sentença “isso é um conto de fadas” para nos referir a algo irreal, sem nenhuma conexão com a vida prática, uma ilusão, uma mentira. Porém, se analisarmos detalhadamente esse gênero podemos mudar nossa perspectiva.
J. R. R. Tolkien diz que um conto de fadas sempre tem um início feliz, um drama ou catástrofe no meio e um final feliz. Ressalta que um completo e verdadeiro conto de fadas não nega a existência do pesar e drama, mas que estes são necessários para a virada jubilosa e o consolo do final feliz. Nesse aspecto, o evangelho contém o conto de fadas do mundo real.
Como parte desse conto, o evangelho possui seu drama. Por meio de Adão, o pecado e a morte entraram no mundo (Romanos 5:12), e agora todos estão debaixo do pecado, “pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.” (Romanos 3:9-12) Todos pecaram e carecem da Glória de Deus (Romanos 3:23). Estávamos mortos em nossos delitos e pecados e éramos, por natureza, filhos da ira (Efésios 2:1,3).
O texto de filipenses citado no início mostra o que Cristo fez para que esse drama tivesse final feliz. Ele, sendo Deus, não considerou ter a mesma natureza que Deus como algo a se apegar egoisticamente, antes se fez carne e habitou entre nós (João 1:14). Tolkien diz que o nascimento de Cristo é a eucatástrofe (boa catástrofe) da história do homem. Boa porque somente pelo nascimento e morte de Cristo, o único justo e sem pecado, nós podíamos alcançar vida eterna. Catástrofe porque Jesus sendo Deus se humilha à posição de servo para redimir a humanidade.
Assim, ele Subiu na cruz e carregou nossos pecados para nos achegarmos a ele (1 Pedro 2:24,25), e ao terceiro dia ressuscitou para nossa justificação (Romanos 4:25). Por meio da encarnação, morte e ressurreição de Jesus temos acesso ao pai e vida eterna. Mediante a justiça de Cristo fomos feitos justiça de Deus (2 Coríntios 5:21). Que amor! Que graça! Somos considerados justos diante de Deus, mesmo não tendo justiça nenhuma em nós, pela fé naquele que tudo fez ao nosso favor, que nos veste com sua justiça e é nosso intercessor. Através de Cristo viveremos para sempre com Deus, desfrutando do seu amor e gozo infinitos na grandeza de sua Glória.
Quão belo e singular é o conto do evangelho! Ele não é belo simplesmente por ser uma “história bonita”. O evangelho vai muito além de mera atratividade ou simpatia. Ele é belo, sobretudo, por ser verdadeiro, bom e real. A beleza do evangelho se justifica exatamente por ele apontar a realidade, revelar a verdade e nos dá tudo aquilo que nosso ser mais necessita, a saber, o próprio Deus. É singular porque somente ele pode validar qualquer outro conto. Só existe realidade se for um reflexo do conto do amor do pai celeste. Só é verdadeiro se for proveniente daquilo que está no livro em que foi escrito esse conto, a bíblia. Olhe para este conto com alegria plena e indizível. Somente ele possui beleza e pode trazer felicidade, pois ele é verdadeiro, bom e real. Que o autor desse conto nos pegue pelo caminho e nos faça caminhar com Ele, para louvor do seu nome.
Em Cristo,
Jeffson veríssimo.
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