Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam. Gálatas 5.17 |
Você já se deparou com situações em que não
consegue fazer o que tinha planejado, com relação a uma busca sincera, intensa e
profunda a Deus? Ou vivenciar experiências de não poder evitar tentações,
vícios e práticas que só te trazem dores, angústias na alma, inimizade com Deus,
sofrimentos que afetam não somente a si como a outros que estão em sua volta? Esses
conflitos são descritos na bíblia como uma guerra entre a “carne” e o “Espírito”, e que prevalecerá o que mais for alimentado.
Primeiramente, precisamos explicar o termo “carne”
expresso na bíblia: Não está relacionado com o corpo físico, mas à natureza
humana decaída pelo pecado de Adão, no jardim do Éden. “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a
morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram”
(Romanos 5.12). “Carne”, portanto, está relacionada aos desejos pecaminosos,
obras que estão listadas na Bíblia Sagrada: “Porque as obras da carne são
manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, Idolatria,
feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões,
heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a
estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que
cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus” (Gálatas 5.19-21).
Já o termo “Espírito” está relacionado à ação
regeneradora e transformadora do Espírito Santo, que molda a natureza humana
e carnal, e desenvolve uma nova natureza de caráter espiritual, uma forma de
retomar a originalidade da primeira criação do homem feita por Deus, pois esse (Adão)
tinha comunhão perfeita com Deus e não conhecia o pecado até a sua queda
espiritual. Vejamos, portanto, quais são as obras geradas pelo fruto do
Espírito: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há
lei” (Gálatas 5.22-23).
Talvez você esteja vivendo tais situações conflitantes
de não conseguir fazer o que deseja: buscar a Deus, orar, ler a bíblia, amar ao
próximo, honrar os pais, ser fiel ao seu cônjuge, ser honesto no trabalho,
falar a verdade, ser sincero, viver uma vida santa e pura, evitar a
prostituição e a pornografia, ter um posicionamento firme e sem duplicidades,
sendo estes com fins de agradar a todos, entretanto em sua maioria não agradam
a Deus; e/ou de praticar o que não almeja para sua vida, ou seja, práticas
pecaminosas que resultam em um distanciamento de Deus, bem como na morte
espiritual, “pois o salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23).
Estas práticas são, em muitos casos, vícios que
dominam os impulsos emocionais e carnais, e que acabam prejudicando outras
áreas da vida, pois “Um abismo chama outro abismo” (Salmos 42.7). Imaginemos a
situação de uma pessoa casada viciada em pornografia, uma prática que poderá levá-la
a um outro abismo: o adultério. Imagine um jovem que decide consumir droga
lícita como o álcool, depois parte para drogas ilícitas como maconha, cocaína,
etc. São abismos que induzem para outros maiores, situações que cada vez mais
se vai mergulhando em profundezas de lamaçais de pecado! Mas, por que não
conseguimos nos conter?
A bíblia, como sempre enfática e atual para
qualquer assunto, nos traz esclarecimentos acerca da vida espiritual e vida
natural e carnal, que proponho trazer esclarecimentos do que designo de "zona
de conflito interno” do ser humano. Esta zona de conflito está determinada pelo
que atraímos para diante de nossos olhos, com um alimento, entretenimento,
hábitos e costumes para nossa vida. Se alimentarmos e praticarmos coisas
espirituais, prevalecerá em nós uma vida dominada pelo Espírito Santo, mas se alimentarmos
e praticarmos coisas carnais, dominará em nós obras das trevas e que a
inclinação a tais torna-se inimizade com Deus. “A inclinação da carne é morte,
mas a inclinação do Espírito é vida e paz” (Romanos 8.6). Qual destes estamos alimentando mais? Estamos sendo inconstantes, ora alimentando o Espírito ora alimentando a carne? "Não podemos servir a dois senhores; porque,
ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro.
Não podeis servir a Deus (Espírito) e a Mamom (Carne)" (Lucas 16.13).
Por fim, pretendo enfatizar que ninguém nasce
nessa vida cheio do Espírito Santo ou vive em Espírito sem antes ter um encontro real com o Senhor
Jesus, pois “todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos
3.23). Mas, é necessário nascer de novo, uma afirmação feita pelo próprio
Senhor Jesus (João 3.7). Tal “nascimento” é operado não por ações humanas, mas
pela operação do Espírito Santo, que regenera, transforma ao ponto de ter o
desejo de não vivermos mais nós (conforme nossos prazeres carnais), mas Cristo
viver em nós (segundo a vontade de Deus). “Vós, porém, não estais na carne, mas
no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem
o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Romanos 8.9).
Portanto, em meio ao conflito diário das obras da
carne e do Fruto do Espírito na vida de quem já foi transformado, a
recomendação bíblica é: “vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os
desejos da carne”, ou seja, se enchermos do Espírito Santo, conseguiremos
resistir aos desejos pecaminosos advindos das obras da carne. Todavia, se você
ainda não nasceu de novo, se ainda está sob o domínio da carne, é preciso
conhecer a Verdade e a Verdade te libertará! (João 8.32). “Entretanto, vocês
não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de
Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a
Cristo” (Gálatas 5.16)
Na comunhão do Espírito,
Italo B Queiroz
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