segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O mais forte prevalece

Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam.  Gálatas 5.17


                   Você já se deparou com situações em que não consegue fazer o que tinha planejado, com relação a uma busca sincera, intensa e profunda a Deus? Ou vivenciar experiências de não poder evitar tentações, vícios e práticas que só te trazem dores, angústias na alma, inimizade com Deus, sofrimentos que afetam não somente a si como a outros que estão em sua volta? Esses conflitos são descritos na bíblia como uma guerra entre a “carne” e o “Espírito”, e que prevalecerá o que mais for alimentado.

                   Primeiramente, precisamos explicar o termo “carne” expresso na bíblia: Não está relacionado com o corpo físico, mas à natureza humana decaída pelo pecado de Adão, no jardim do Éden. “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Romanos 5.12). “Carne”, portanto, está relacionada aos desejos pecaminosos, obras que estão listadas na Bíblia Sagrada: “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus” (Gálatas 5.19-21).

                   Já o termo “Espírito” está relacionado à ação regeneradora e transformadora do Espírito Santo, que molda a natureza humana e carnal, e desenvolve uma nova natureza de caráter espiritual, uma forma de retomar a originalidade da primeira criação do homem feita por Deus, pois esse (Adão) tinha comunhão perfeita com Deus e não conhecia o pecado até a sua queda espiritual. Vejamos, portanto, quais são as obras geradas pelo fruto do Espírito: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei” (Gálatas 5.22-23).

                   Talvez você esteja vivendo tais situações conflitantes de não conseguir fazer o que deseja: buscar a Deus, orar, ler a bíblia, amar ao próximo, honrar os pais, ser fiel ao seu cônjuge, ser honesto no trabalho, falar a verdade, ser sincero, viver uma vida santa e pura, evitar a prostituição e a pornografia, ter um posicionamento firme e sem duplicidades, sendo estes com fins de agradar a todos, entretanto em sua maioria não agradam a Deus; e/ou de praticar o que não almeja para sua vida, ou seja, práticas pecaminosas que resultam em um distanciamento de Deus, bem como na morte espiritual, “pois o salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23).

                   Estas práticas são, em muitos casos, vícios que dominam os impulsos emocionais e carnais, e que acabam prejudicando outras áreas da vida, pois “Um abismo chama outro abismo” (Salmos 42.7). Imaginemos a situação de uma pessoa casada viciada em pornografia, uma prática que poderá levá-la a um outro abismo: o adultério. Imagine um jovem que decide consumir droga lícita como o álcool, depois parte para drogas ilícitas como maconha, cocaína, etc. São abismos que induzem para outros maiores, situações que cada vez mais se vai mergulhando em profundezas de lamaçais de pecado! Mas, por que não conseguimos nos conter?

                   A bíblia, como sempre enfática e atual para qualquer assunto, nos traz esclarecimentos acerca da vida espiritual e vida natural e carnal, que proponho trazer esclarecimentos do que designo de "zona de conflito interno” do ser humano. Esta zona de conflito está determinada pelo que atraímos para diante de nossos olhos, com um alimento, entretenimento, hábitos e costumes para nossa vida. Se alimentarmos e praticarmos coisas espirituais, prevalecerá em nós uma vida dominada pelo Espírito Santo, mas se alimentarmos e praticarmos coisas carnais, dominará em nós obras das trevas e que a inclinação a tais torna-se inimizade com Deus. “A inclinação da carne é morte, mas a inclinação do Espírito é vida e paz” (Romanos 8.6). Qual destes estamos alimentando mais? Estamos sendo inconstantes, ora alimentando o Espírito ora alimentando a carne? "Não podemos servir a dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus (Espírito) e a Mamom (Carne)" (Lucas 16.13).

                   Por fim, pretendo enfatizar que ninguém nasce nessa vida cheio do Espírito Santo ou vive em Espírito sem antes ter um encontro real com o Senhor Jesus, pois “todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3.23). Mas, é necessário nascer de novo, uma afirmação feita pelo próprio Senhor Jesus (João 3.7). Tal “nascimento” é operado não por ações humanas, mas pela operação do Espírito Santo, que regenera, transforma ao ponto de ter o desejo de não vivermos mais nós (conforme nossos prazeres carnais), mas Cristo viver em nós (segundo a vontade de Deus). “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Romanos 8.9).

                   Portanto, em meio ao conflito diário das obras da carne e do Fruto do Espírito na vida de quem já foi transformado, a recomendação bíblica é: “vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne”, ou seja, se enchermos do Espírito Santo, conseguiremos resistir aos desejos pecaminosos advindos das obras da carne. Todavia, se você ainda não nasceu de novo, se ainda está sob o domínio da carne, é preciso conhecer a Verdade e a Verdade te libertará! (João 8.32). “Entretanto, vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo” (Gálatas 5.16)



Na comunhão do Espírito,





Italo B Queiroz

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