segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

POR UM EVANGELHO AUTÊNTICO E MAIÚSCULO


E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu. (Mateus 9:9) 


Jesus veio a terra e chamou pecadores ao arrependimento, desafiou um sistema religioso morto e propôs aos seus discípulos uma vida de relacionamento íntimo com ele. Ele olhou para Mateus, um homem desprezado e odiado na sociedade por causa da reputação de fraudador que ele, um coletor de impostos, possuia em sua época e em seu contexto e comunicou uma mensagem de esperança, perdão e graça. 

Cristo é o modelo perfeito de comunicação singular do Reino de Deus para o mundo. Ele quebrou paradigmas, redefiniu conceitos, buscou contato com pecadores, mostrou as maiores necessidades do homem e transmitiu para o mundo o seu amor. Em cristo temos a direção de que caminho seguir, como viver o evangelho e resplandecer a sua luz diante dos homens para que vejam nossas boas obras e glorifiquem ao nosso Pai que está nos céus (Mt 5:16). Como discípulos, temos a incumbência de anunciarmos o seu evangelho (Mc 15:16), afinal Deus não é um segredo a ser guardado, mas um tesouro a ser encontrado (Mt 13:44). 

Nossas vidas precisam apontar para nosso Salvador (Mt 5:13, 17). Porém, ao que parece, nossa mensagem não tem alcançado o mundo. Não temos comunicado o evangelho de modo relevante, eficaz e profundo. O evangelho parece não atingir o homem moderno em sua essência e não mostra ser fundamental para o coração das pessoas, se tornando desnecessário e dispensável. As pessoas já não perguntam a razão de nossa esperança (1 Pe 3: 15). Entretanto, o evangelho bíblico e histórico não mudou. Ele continua e permanecerá imutável. O evangelho é o próprio Cristo e as boas-novas de que sua morte e ressurreição realizou o pagamento completo pelo castigo do pecado, nos levou para perto do Pai e nos deu vida eterna (Rm 1: 1,4). Nós que tentamos mudá-lo ou, pelo menos, temos mudado seu conteúdo, sua abrangência, relevância, profundidade e preciosidade. Temos vivido e pregado um evangelho deficitário. A solução, talvez, seja olhar para Cristo e mudar nossa visão bíblica do evangelho. Talvez, estejamos no velho “isolamento”, enclausurados entre nós mesmos, vivendo limitados às quatro paredes da igreja, separando-nos de tudo que é “carnal”, e isso inclui as pessoas que nos rodeiam, nosso trabalho e nossa cultura como um todo, apegando-nos apenas a coisas “espirituais”. Temos invalidado a proeminência do evangelho, nos tornado uma subcultura cristã, e ainda queremos afirmar que esse abandono é “espiritual”, ao passo que tudo isso é apenas fruto da religiosidade. Com isso, nossa vida cristã tem se tornado medíocre, inacabada em sua extensão e sem sentido. 

Precisamos urgentemente posicionar a realidade de nossa fé bíblica com a realidade de nossos dias e expressarmos nosso relacionamento com Deus em todas as áreas de nossa vida. Isso é exatamente o que Jesus quis mostrar quando disse que somos o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5: 13,14). Precisamos salgar, precisamos refletir a luz do evangelho da glória de Cristo (2 Co 4:4). Devemos resplandecer no meio de uma geração corrompida e perversa (Fl 2:15), e fazermos tudo para a glória de Deus (1 Co 10: 31). Como disse Abraham Kuyper: "onde quer que o homem esteja, seja o que for que faça, ou no que aplique sua mão, na agricultura, no comércio, na indústria, ou sua mente, no mundo da arte, e ciência, ele está, seja onde for, constantemente diante da face de Deus, está empregado no serviço de Deus, deve obedecer estritamente a seu Deus e acima de tudo, deve ter como alvo a glória de Deus". O evangelho é para todas as coisas, permeia todas as esferas de nossa vida, está dentro de nós e deve se manifestar em todos os aspectos, seja na vida devocional, no trabalho, no lazer, na família, na escola, na universidade e entre amigos.

Viver o senhorio de Cristo em todos os aspectos faz com que tenhamos uma voz para comunicar o evangelho a um mundo perdido e necessitado da alegria verdadeira. Não quero viver um evangelho reducionista, que só enxerga Jesus dentro da igreja ou no meio de um “gueto santo” e que promove uma separação com as pessoas que estão em nossa volta por causa de um suposto “zelo religioso”. 

Quero viver um evangelho autêntico, maiúsculo e que é revelado nas escrituras. Evangelho esse que transforma vidas, que nos faz andar com o mestre, que toca nosso coração antes de qualquer coisa. Que não camufla nossas falhas e imperfeições, antes busca perdão e arrependimento, e revela o amor do Pai, sua graça maravilhosa e sua perseverança em nos fazer conforme a imagem de seu Filho. Que é marcado pela simplicidade e não pela sede insaciável de sucesso e reconhecimento. Que acolhe o caído, que ajuda o fraco e exorta o pecador. Que vê vestígios da glória de Deus em toda criação. Foi esse Evangelho que nos alcançou! 

Nosso desafio e missão é vivermos e compartilharmos sua mensagem. Não é tarefa fácil, mas o próprio Jesus nos assegura que sua graça estará conosco. Que a estrada do calvário seja nosso caminho. Que Cristo seja visto e engrandecido por meio de nossas vidas e ações. Que ele seja nosso tesouro, nossa vida, nosso tudo! 


Em Cristo e pela honra de seu nome,

Jeffson Veríssimo.

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