sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Quando o homem se torna deus



Antropocentrismo X Teocentrismo

Um contraste nos parece bem evidente ao lermos o título deste artigo, não é mesmo?! Pois bem, é exatamente sobre esse embate desproporcional que quero discorrer. A princípio, vamos esclarecer os termos acima citados.  O antropocentrismo representa o homem como o centro de tudo, portanto, afirma ser autossuficiente em todas as suas necessidades. E Teocentrismo, um termo que nos traz o sentido, a partir da junção de duas palavras: Deus (do grego "Theos") e “centrismo” derivado da palavra centro, de que Deus é o centro de tudo que existe nos céus e na terra, ou seja, tem o domínio, Poder e Soberania sobre tudo que Ele criou, até mesmo sobre a vida humana. Neste sentido, Deus passa a ter o reconhecimento que a Ele é devido: Criador de todas as coisas e Autor da vida humana. Portanto, Aquele que é Poderoso para controlar, intervir e agir em qualquer situação, inclusive do homem e principalmente deste.

Afirmo ser um embate desproporcional por questões inequívocas e inconfundíveis: A Bíblia manifesta a ideia de desproporcionalidade entre a Supremacia Divina em contraste com a fragilidade da autossuficiência humana ao revelar textos como: “Porque o Senhor é Deus grande, e Rei grande sobre todos os deuses. Nas suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes são suas. Seu é o mar, e ele o fez, e as suas mãos formaram a terra seca. Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou” (Salmos 95.3-6). Ora, se Deus é o Criador do próprio homem, este não é autossuficiente, pois depende do fôlego de vida para a sua existência “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gênesis 2.7), “Na sua mão (Deus) está a alma de tudo quanto vive, e o espírito de toda a carne humana” (Jó 12.10) e “O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela” (1 Samuel 2.6).

Apenas em um único quesito, o da vida, o homem perde o embate com Deus ao hesitar afirmações de não depender de nenhum “Ser supremo” pra se sustentar em seus projetos. Outro quesito poderia destacar: a auto existência, a exemplo, é um princípio que o homem não detém, pois este foi formado por Deus, e não passou a existir a partir “do nada”; sendo assim, Deus é quem possui o princípio da auto existência, ou seja, Ele existe por si mesmo, ninguém O criou: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus.” (Salmo 90.2).   Mesmo sem dar a Deus o reconhecimento devido, o homem antropocêntrico depende da vida ofertada por Ele para levantar, ver o sol nascer por mais um dia e obter, pela misericórdia de Deus, a chance de poder conhecer, prestar reverência e adorar ao Dono da Vida: Deus; sabendo que “as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim” (Lamentações 3.22). Do contrário, as chances vão diminuindo ao ponto de um dia Deus dar um limite final para sua criatura que se volta contra o seu criador, ou seja, que vive ao seu bel prazer, que não se submete à Sua Palavra e ao seu Senhorio, bem como ao padrão de vida santa estabelecido pelo Senhor. A sentença de Deus é evidente: “Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lucas 12.20), “esse é o destino de todo o que se esquece de Deus; assim perece a esperança dos ímpios. Aquilo em que ele confia é frágil, aquilo em que se apóia é uma teia de aranha” (Jó 8.13-14).

Por fim, afirmo ser um embate ou disputa, porque o homem quando se torna “deus”, em sua arrogância, não ousa reconhecer a sua dependência a Deus, mas se colocar no lugar de Deus, um orgulho tamanho e maligno à baixeza de achar-se autossuficiente. Tal embate entre o Criador e sua criatura tem registros históricos desde fatos como a rebelião de Satanás que quis usurpar o trono de Deus; a torre de babel, quando os homens resolveram construir o seu próprio caminho para os céus (Gênesis 11.3-4); o próprio povo de Israel que levantou um bezerro de ouro para, com suas próprias mãos, portanto pela sua autossuficiência, providenciar o seu próprio deus “E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito” (Êxodo 32.4); a era humanista, transição entre a idade média e o renascimento em que passa-se a valorizar  o homem em detrimento de Deus, uma saída da “idade das trevas” (em que o conhecimento era dominado pela religião católica, embora essa não traria respostas fiéis quanto as indagações sobre a vida e sobre o universo acerca do que a Bíblia tem a nos revelar)  para a “era do iluminismo”, quando o conhecimento passa a ser centrado nas respostas humanas e de caráter científico, com se as revelações bíblicas não fossem suficientes para as questões mais intrigantes sobre a vida. Hoje, podemos atestar, pelos avanços do próprio conhecimento humano e científico, que a Bíblia pode ser confirmada em suas revelações e narrações históricas como autêntica por meio da arqueologia, do design inteligente, entre outras ciências).

Existem tantas ideias filosóficas antropocêntricas pairando como fundamento em religiões que afirmam não necessitar de Deus para alcançar a felicidade plena, e há as que não necessitam de Jesus, o único caminho, a verdade e a vida (João 14.6), para chegar a uma comunhão plena com Deus, apresentando outros mediadores e, outros até afirmam que “todos os caminhos levam a Deus”. Há também aquelas que, com suas próprias mãos, criam o seu deus e, por uma atitude de “autossuficiência”, acreditam poder prover e estabelecer para si mesmos um “ser supremo”. Entretanto, precisamos reconhecer que só há “um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Timóteo 2.5); que Deus domina sobre todas as coisas, que dependemos da sua graça, do seu amor e da sua misericórdia para termos uma vida plena de gozo e de paz. Não precisamos criar nossos próprios meios para alcançarmos a felicidade plena, precisamos é nos esvaziar dos nossos orgulhos e soberba, nos curvar e ajoelhar diante do Senhorio de Cristo para entregar nossa vida a Ele, e passarmos por então da condição de criatura para filhos de Deus: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome” (João 1.12). Lembre-se, não busque a autossuficiência, pois esta é uma atitude que afronta ao Criador, é uma tentativa de rebelar-se e de declarar que não precisa do seu Criador para existir e desfrutar de uma vida plena de gozo e de paz. Busque reconhecer que sem o Criador, nós, enquanto criatura, não passamos de um projeto sem atingir o seu real objetivo: glorificar a Deus e declarar que a nossa suficiência vem dEle:


“Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus.” 2 Coríntios 3:5

“tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor”. (Salmos 150.6).

“Ele domina eternamente pelo seu poder; os seus olhos estão sobre as nações; não se exaltem os rebeldes.” Salmos 66.7



Na comunhão do Espírito,




Italo B Queiroz

Um comentário:

  1. Somos dependentes do Criador,em tudo. Ele já nos supriu de toda sorte de bênçãos, às Espirituais, quantos às matérias, às do CÉU quanto as da terra.

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