“Para a liberdade foi
que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo,
a jugo de escravidão”. (Gálatas 5:1)
A palavra Liberdade, de acordo com o dicionário
Michaelis, vem do latim libertate que
significa “poder de exercer livremente a sua vontade”. Partindo desse
pressuposto, podemos entender que Paulo nos aconselha a tomarmos livremente as
nossas próprias decisões sem nenhum critério? Não! Paulo simplesmente fala da
liberdade que temos em Cristo, ou seja, a liberdade de fazermos escolhas de
acordo com critérios bíblicos. Infelizmente, muitos têm, erroneamente, agarrado
a textos específicos para justificar o uso da liberdade sem o bom senso, ou
seja, a libertinagem. Bom, sabemos que temos liberdade em Cristo, mas ainda
surge uma pergunta: qual é o limite da liberdade cristã?
Primeiramente, é importante entendermos o conceito de
liberdade cristã. No evangelho de João, Jesus nos garante que se conhecermos a
verdade, essa verdade nos libertará. (João 8:32) A partir desta afirmação,
entendemos que a nossa liberdade tem que estar firmada nessa verdade, e esta
verdade é a Palavra de Deus. (João 17:17) Desta forma, todas as nossas escolhas
precisam ser embasadas nos princípios bíblicos, esta é a liberdade cristã. Mas,
o que fazer quando as nossas escolhas não se encontram fundamentadas, de forma
explícita, na Bíblia?
Embora a Bíblia não trate diretamente sobre uma atitude
ser ou não pecado, ela nos dá um amparo para tomarmos as decisões corretas.
“Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm, todas são lícitas, mas nem
todas edificam.” (1º Coríntios 10:23) Paulo, em sua carta aos coríntios,
aconselha aos cristãos que antes de toda e qualquer decisão, um cristão precisa
ponderar se ela edifica a sua vida espiritual e se ela é conveniente para uma
atitude de um cristão. Paulo adverte ainda que “ninguém busque o seu próprio
interesse, e sim o de outrem. [...] consciência, digo, não a tua própria, mas a
do outro. Pois por que há de ser julgada a minha liberdade pela consciência
alheia?” (1º Coríntios 10:24, 29) A admoestação foi de que a liberdade de um
cristão precisa se preocupar com a consciência e o bem-estar do próximo, nunca
buscando os nossos próprios interesses, pois o nosso propósito não deve ser o
de “tropeço ou escândalo ao irmão” e que a nossa “liberdade não seja de alguma
maneira escândalo para os fracos”. (Romanos 14:13; 1º Coríntios 8:9)
Portanto, qualquer decisão que venhamos a tomar terá que
ser analisada a partir de seis pontos: 1) a nossa decisão precisa ser
conveniente para um cristão (1º Coríntios 10:23a); 2) a nossa decisão precisa
edificar a nossa vida espiritual (1º Coríntios 10:23b); 3) a nossa decisão não
deve buscar os nossos próprios interesses, mas a do próximo (1º Coríntios 10:24);
4) a nossa decisão precisa levar em consideração a consciência do outro e não
somente a nossa (1º Coríntios 10:29); 5) a nossa decisão não deve servir de
tropeço ao nosso irmão, mas fortalecê-lo (Romanos 14:13; 1º Coríntios 8:9); e,
6) a nossa decisão deve estar em sintonia com a vontade de Deus (Salmo 143:10).
Diante disso caros amigos, poderemos afirmar que o limite
da nossa liberdade cristã vai até a consciência do outro. Porque qualquer
decisão que venhamos a tomar pode influenciar vidas para a salvação (1º
Coríntios 10:33), pois o nosso maior exemplo são as nossas próprias atitudes.
Portanto, que as nossas decisões sejam de acordo com a vontade de Deus através
da sua Palavra, a Bíblia, o único instrumento de consulta para um cristão optar
pela escolha certa em sua vida.
Que este possa ser o desejo de todo aquele
que adora ao verdadeiro Deus e que tem a Bíblia como sua única regra de prática
e fé.
Rodolpho R.
Soares
Nenhum comentário:
Postar um comentário