terça-feira, 25 de agosto de 2015

O Limite da Liberdade Cristã


“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão”. (Gálatas 5:1)
           
            A palavra Liberdade, de acordo com o dicionário Michaelis, vem do latim libertate que significa “poder de exercer livremente a sua vontade”. Partindo desse pressuposto, podemos entender que Paulo nos aconselha a tomarmos livremente as nossas próprias decisões sem nenhum critério? Não! Paulo simplesmente fala da liberdade que temos em Cristo, ou seja, a liberdade de fazermos escolhas de acordo com critérios bíblicos. Infelizmente, muitos têm, erroneamente, agarrado a textos específicos para justificar o uso da liberdade sem o bom senso, ou seja, a libertinagem. Bom, sabemos que temos liberdade em Cristo, mas ainda surge uma pergunta: qual é o limite da liberdade cristã?
            Primeiramente, é importante entendermos o conceito de liberdade cristã. No evangelho de João, Jesus nos garante que se conhecermos a verdade, essa verdade nos libertará. (João 8:32) A partir desta afirmação, entendemos que a nossa liberdade tem que estar firmada nessa verdade, e esta verdade é a Palavra de Deus. (João 17:17) Desta forma, todas as nossas escolhas precisam ser embasadas nos princípios bíblicos, esta é a liberdade cristã. Mas, o que fazer quando as nossas escolhas não se encontram fundamentadas, de forma explícita, na Bíblia?
            Embora a Bíblia não trate diretamente sobre uma atitude ser ou não pecado, ela nos dá um amparo para tomarmos as decisões corretas. “Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm, todas são lícitas, mas nem todas edificam.” (1º Coríntios 10:23) Paulo, em sua carta aos coríntios, aconselha aos cristãos que antes de toda e qualquer decisão, um cristão precisa ponderar se ela edifica a sua vida espiritual e se ela é conveniente para uma atitude de um cristão. Paulo adverte ainda que “ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem. [...] consciência, digo, não a tua própria, mas a do outro. Pois por que há de ser julgada a minha liberdade pela consciência alheia?” (1º Coríntios 10:24, 29)   A admoestação foi de que a liberdade de um cristão precisa se preocupar com a consciência e o bem-estar do próximo, nunca buscando os nossos próprios interesses, pois o nosso propósito não deve ser o de “tropeço ou escândalo ao irmão” e que a nossa “liberdade não seja de alguma maneira escândalo para os fracos”. (Romanos 14:13; 1º Coríntios 8:9)
            Portanto, qualquer decisão que venhamos a tomar terá que ser analisada a partir de seis pontos: 1) a nossa decisão precisa ser conveniente para um cristão (1º Coríntios 10:23a); 2) a nossa decisão precisa edificar a nossa vida espiritual (1º Coríntios 10:23b); 3) a nossa decisão não deve buscar os nossos próprios interesses, mas a do próximo (1º Coríntios 10:24); 4) a nossa decisão precisa levar em consideração a consciência do outro e não somente a nossa (1º Coríntios 10:29); 5) a nossa decisão não deve servir de tropeço ao nosso irmão, mas fortalecê-lo (Romanos 14:13; 1º Coríntios 8:9); e, 6) a nossa decisão deve estar em sintonia com a vontade de Deus (Salmo 143:10).
            Diante disso caros amigos, poderemos afirmar que o limite da nossa liberdade cristã vai até a consciência do outro. Porque qualquer decisão que venhamos a tomar pode influenciar vidas para a salvação (1º Coríntios 10:33), pois o nosso maior exemplo são as nossas próprias atitudes. Portanto, que as nossas decisões sejam de acordo com a vontade de Deus através da sua Palavra, a Bíblia, o único instrumento de consulta para um cristão optar pela escolha certa em sua vida.

                        Que este possa ser o desejo de todo aquele que adora ao verdadeiro Deus e que tem a Bíblia como sua única regra de prática e fé.


Rodolpho R. Soares

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